Vitor Vicente: “Um ponto de viragem na minha obra”

1. O que representa, no contexto da sua obra, o livro “Israel/Jezebel”?
R-«Israel, Jezebel» é, de fato, um ponto de viragem na minha obra. Representa, ou talvez a palavra mais adequada seja documenta, o que eu chamaria de primeira presença de religião ou de uma certa religiosidade no meu caminho ético, a que não é alheio o virar as costas à contracultura e consequente adopção de valores normalmente tidos por conservadores. Curiosamente, esses valores no dia de hoje – o livro foi escrito em 2010 – tornaram-se no manual dos neo-rebeldes, uma vez que cultivar o que sempre foi o pilar da civilização é atualmente um atentado ao sistema.  

2. Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-A este livro não presidiu uma ideia, mas duas. A primeira foi relatar a descoberta da minha alma judaica, ou o que eu intitulo no livro de “o processo de Praga“, por se ter iniciado na capital Checa e num contexto Kafkiano nos sentidos literário e literal do termo. O outro – em correlação com o anterior – narra uma relação extraconjugal com uma mulher judia. No fundo, mistura elementos sagrados e profanos, com o fito de expressar os insolúveis conflitos do imperfeito espírito humano.

3. Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Neste momento, não tenho nenhum projeto-mor, ou seja, distribuo-me entre colaborações com artigos desportivos para o diário irlandês The Echo e o acontecimento entregue ao acaso de escrever poesia. Além disso, aproveito as notas de viagem e apontamentos do quotidiano para atualizar o meu blog “A Vacina do Viajante” e talvez o grosso disso possa resultar num volume publicável.
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Vitor Vicente
Israel/Jezebel
Húmus  4€

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