Vítor Carmona: “A campanha do Rossilhão é um tema que mesmo os historiadores pouco têm estudado”

1-Qual a ideia que esteve na origem deste livro «A Campanha Rossilhão 1793»?
R-Sempre fui um apaixonado por História, principalmente o período que vai desde a Revolução Francesa até ao colapso do império napoleónico. Há muito tempo que pensava em escrever um livro de ficção sobre esta época e até já tinha o tema pensado, mas faltava-me sempre o tempo para pesquisar e escrever. Em 2020, com a COVID 19, encontrei esse tempo, mas decidi escrever uma outra história, uma que ninguém tinha escrito até agora: a Campanha do Rossilhão e da Catalunha, ocorrida entre 1793 e 1795, focando-me, neste volume, no primeiro ano do conflito, na província francesa do Rossilhão. É um tema que mesmo os historiadores pouco têm estudado. Segundo alguns, porque aconteceu muito longe de Portugal e o seu desfecho não foi propriamente favorável às nossas cores. Quando fiz a minha pesquisa para saber se já alguém tinha produzido alguma obra de ficção sobre esta campanhas, fiquei surpreendido por ser um terreno praticamente intocado, a não ser um pequeno conto, escrito no século XIX pelo Manuel Pinheiro Chagas. Não quis acreditar. Porque tem todos os ingredientes que fazem uma história apaixonante: uma época conturbada e repleta de conflitos políticos, sociais e militares, figuras excepcionais, obstáculos e desafios gigantescos e ainda um cenário majestoso como são os Pirenéus Orientais.

2-Este episódio da Campanha do Rossilhão é pouco ou nada conhecido: qual a sua verdadeira relevância na história de Portugal?
R-Costumo dizer que é, provavelmente, a campanha militar mais esquecida dos historiadores e a menos conhecida dos portugueses. Contudo, teve um enorme impacte na nossa História. Para começar, foi a primeira vez, em muitos anos, que Portugal se aliou ao seu vizinho espanhol, tradicional inimigo. Depois, porque também foi a primeira vez que nos enfrentámos ao exército revolucionário francês e finalmente porque, com a paz separada entre a Espanha e a França, em 1795, Portugal manteve-se tecnicamente em guerra com a França e anos depois Napoleão irá também usar este pretexto para declarar-nos guerra e invadir o nosso País, com todas as consequências que conhecemos.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Estou a escrever a continuação deste romance, que conto lançar daqui a um ano. As Campanhas do Rossilhão e da Catalunha terminaram em 1795, por isso ainda muito há para escrever. Desta vez será uma história totalmente passada na França e na Espanha, ao contrário do primeiro volume que decorre, em grande medida, em Portugal. Posso desvendar que estou muito entusiasmado com o material bibliográfico que tenho para compor a história que quero contar.
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Vítor Carmona
A Campanha Rossilhão 1793
Saída de Emergência  18,80€

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