Vergílio Alberto Vieira | Porto de Honra e outras Cascatas
1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro “Porto de Honra e outras Cascatas”?
R- Pietro Citati, num livro inesquecível intitulado La luce della notte (1996), recorda que
o primeiro Imperador da China (221 a.C.) terá ordenado que 6 pés formariam um
passo; seis cavalos puxariam uma
carruagem; 6 seria o número do seu mandato. Este Porto de Honra e Outras Cascatas (2017) é o sexto
título de uma série de livros escritos à margem do “discurso de meus anos” ,
que já leva quase ½ século, saído da pena
de um escriba que não tem senão palavras para responder à chamada. Trata-se de uma deriva geográfico-sentimental pelo Porto
antigo, complementada por porto-fólio
fotográfico de Augusto Baptista. Os outros títulos andam por aí: Cinema
Garrett (2008), A oleira prodigiosa (2011), A terra onde nascemos (2013), O rio
que vem depois (2015), A cidade das fontes (2016).
o primeiro Imperador da China (221 a.C.) terá ordenado que 6 pés formariam um
passo; seis cavalos puxariam uma
carruagem; 6 seria o número do seu mandato. Este Porto de Honra e Outras Cascatas (2017) é o sexto
título de uma série de livros escritos à margem do “discurso de meus anos” ,
que já leva quase ½ século, saído da pena
de um escriba que não tem senão palavras para responder à chamada. Trata-se de uma deriva geográfico-sentimental pelo Porto
antigo, complementada por porto-fólio
fotográfico de Augusto Baptista. Os outros títulos andam por aí: Cinema
Garrett (2008), A oleira prodigiosa (2011), A terra onde nascemos (2013), O rio
que vem depois (2015), A cidade das fontes (2016).
2- Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- Como ia dizendo, Porto de Honra e Outras Cascatas (2017) propõe-se dar fundo ao tecnicolor turístico de (mais) uma cidade indefesa,
invadida por provadores de vinhos & de outras iguarias locais, salvaguardando o património humano,
arquitectónico e paisagístico da cidade velha da(s) eventualidade(s) que, em
nome do dinheiro, a excluem de si. De resto, é um livro de iniciação à cidade
de Garrett, idealizado, como diria Aquilino, por um poeta de glosas d’água –
quero dizer de porto, com direito a menção honrosa: meu porto de vista – e nada
mais.
invadida por provadores de vinhos & de outras iguarias locais, salvaguardando o património humano,
arquitectónico e paisagístico da cidade velha da(s) eventualidade(s) que, em
nome do dinheiro, a excluem de si. De resto, é um livro de iniciação à cidade
de Garrett, idealizado, como diria Aquilino, por um poeta de glosas d’água –
quero dizer de porto, com direito a menção honrosa: meu porto de vista – e nada
mais.
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Nisto de fazer livros, e como em tudo na vida, há sempre
um “sem plò nem plù” o’neilliano, muito do gosto dos media-moda-market em cujo
peditório nunca dei excessivamente: nem na área infanto-juvenil, a de mais
vasta audiência, nem nos domínios da poesia, ficção, teatro, ensaio/ crítica, e
diarística, géneros em que “metido ando”. Como confessa Jean Baudrillard: “(…)
quem se liberta, no fundo, é quem se desembaraça.” É que, se não se trata de
sobranceria minha, a escrita foi sempre encarada por mim como forma de (sobre)viver,
isto é: de evitar que a produção/criação literária desapareça no produto.
um “sem plò nem plù” o’neilliano, muito do gosto dos media-moda-market em cujo
peditório nunca dei excessivamente: nem na área infanto-juvenil, a de mais
vasta audiência, nem nos domínios da poesia, ficção, teatro, ensaio/ crítica, e
diarística, géneros em que “metido ando”. Como confessa Jean Baudrillard: “(…)
quem se liberta, no fundo, é quem se desembaraça.” É que, se não se trata de
sobranceria minha, a escrita foi sempre encarada por mim como forma de (sobre)viver,
isto é: de evitar que a produção/criação literária desapareça no produto.
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Vergílio Alberto Vieira
Porto de Honra e Outras Cascatas
(com fotografias de Augusto Baptista)
(com fotografias de Augusto Baptista)
Crescente Branco