Valeria Luiselli | Rostos na Multidão
1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro “Rostos na Multidão”?
R- Este é o meu segundo livro e o primeiro romance. Antes disso tinha pesquisado muito na ficção, mas nunca nada me convenceu. Creio que em “Rostos na Multidão” se condensaram e materializaram anos de trabalho, de leituras, de testes e experiências. Parece-me que, depois de muitas pesquisas, encontrei uma forma que agarrava aquilo que queria fazer e dizer. E nisso joga-se tudo. Não se trata de encontrar uma boa história ou uma mera estrutura, mas antes de encontrar a forma exacta para contar essa história em particular.
2- Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- Foram várias ideias ao mesmo tempo. Talvez a primeira que me viciou profundamente foi a de tentar construir um personagem que, pouco a pouco, à medida que a história avança, fosse desaparecendo. Interessava-me sobretudo pensar o que se passaria com a linguagem de um romance assim e como teria de moldar a linguagem para contá-la.
3- Pensando no futuro: o que está a escrever este momento?
Estou em vários projectos ao mesmo tempo. Estou a trabalhar num conto, ou “falso ensaio” talvez, relacionado com a arquitectura que é um dos temas que mais me apaixona. Acabo, por outro lado, um monólogo para uma exposição de uma escultora aqui em Nova Iorque. E, claro, estou a trabalhar, ao meu ritmo, no meu próximo romance.
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Valeria Luiselli
Rostos na Multidão
Rostos na Multidão
Bertrand, 12€