Teolinda Gersão | Passagens

1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro
“Passagens”?
R- Como sabem, escrevo sobretudo romances.  Escrevi vários, desde 1981 até agora, e  apenas dois livros de contos, “Histórias de
Ver e Andar” (de momento esgotado) e “A Mulher que Prendeu a Chuva”. “Passagens” é um romance. Fala da vida de uma família, através
de personagens com diferentes idades e 
histórias e experiências de vida muito diversas, uma vez que pertencem a
quatro gerações.
2- Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- Interesso-me por vários temas, e um deles são as relações
humanas. No fundo o que há de mais importante na nossa vida são as relações
humanas.No entanto,verificamos que elas não são fáceis. Quer seja entre
amantes, entre famílias, entre pais e filhos,ou entre gerações, a vida leva-nos
a perceber que somos seres complexos, muitas vezes contraditórios, e que nem
sempre conseguimos estabelecer com os que amamos a relação de harmonia que
desejaríamos.A felicidade não é algo que se possui de uma vez e para sempre.
Não é um estado, mas uma série de momentos que, na melhor das hipóteses, se
constroem com tolerância e generosidade. A vida de todos nós tem um lado de luz e um lado de sombra.
Todavia neste livro é o lado de luz que prevalece.Existe o amor, e existem
vidas cheias de sentido.
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Um novo livro de contos. De tempos a tempos, apetece-me
voltar ao conto. É uma forma muito mais breve, concentrada, que se lê
rapidamente, e que chega a um grande número de leitores.Há sempre tempo para
ler um conto, nem que seja no metro ou numa paragem de autocarro.Penso que há
cada vez mais interesse pelo conto. Embora seja uma forma  exigente de contar uma história, o conto não
é menos exigente que o romance.
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Teolinda Gersão
Passagens
Sextante Editora, 15,50€