Sérgio Godinho: “A poesia está presente em tudo o que crio”

1-Qual a ideia que esteve na base deste seu novo livro «Palavras são Imagens são Palavras»?
R-Os poemas que tenho vindo a escrever, as fotografias que fui tirando, e as relações, óbvias ou misteriosas, que suscitaram os respectivos acasalamentos – cada um especial e único

2-Já escreveu romance, contos, teatro e cinema: qual o lugar da poesia?
R-A poesia está presente em tudo o que crio, seja qual for o meio de expressão. Mais especificamente nas letras de canções, e no livro de poemas anterior, O Sangue por um Fio, editado pela Assírio e Alvim.

3-Sendo um escritor de cantigas, pensa que os poemas deste livro ainda podem vir a ser cantados por si no futuro?
R-De maneira nenhuma, são rios diferentes. Cada qual segue o seu leito próprio. Nem me interessaria, aliás.

4-Li algures que, por vezes, a música das cantigas precede as palavras: o que é mais natural no seu processo criativo?
R-Em oitenta por cento dos casos, a música aparece primeiro, precede as palavras. Quando a frase se forma, já se espraia numa forma musical. Ou seja, primeiro o abstracto , depois o concreto.

5-Pensando no futuro, o que está a escrever neste momento?
R-Tenho um romance praticamente terminado, embora ainda vá ter a necessária revisão, e tenho escrito contos, que me oferecem sempre um ritmo ficcional muito próprio. Gosto de mudar de géneros, como o faço aliás neste Palavras são imagens são palavras, onde, apesar da prevalência do poema, das palavras, o diálogo com a ilustração, a imagem, é essencial em todo o propósito.
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Sérgio Godinho
Palavras são Imagens são Palavras
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