Sarah Adamopoulos: “A desolação causada pelo empobrecimento decretado marcou até hoje os territórios socialmente mais desfavorecidos do País”


[Fotografia: Wayne Ralph]

1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro Agosto?
R-Agosto representa várias coisas: antes de mais um regresso à publicação do meu trabalho; representa, por outro lado, a continuidade de um discurso literário de forte componente política, o de alguém que olha para uma sociedade e a descreve num dado momento (no caso de Agosto trata-se do Portugal pós-troika, quando a desolação causada pelo empobrecimento decretado marcou até hoje os territórios socialmente mais desfavorecidos do País); representa, por fim, a experimentação de um exercício literário que replica a disciplina que todo o escritor precisa de ter, como em todos os ofícios artísticos (nunca é demais lembrar que a literatura é uma arte).

2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-A ideia de alguém poder fumar toda a luz que um dia contém, transformando em noite manhãs e tardes. Noite metafórica, mas escuridão muito real. 

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Um texto para um espectáculo de teatro, cumprindo com o estipulado pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, de que sou presentemente bolseira (bolsa semestral), ao abrigo do Programa de Apoio à Criação Literária 2022/23.
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Sarah Adamopoulos
Agosto
Companhia das Ilhas  16,50€

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