Sara Timóteo | Chama Fria ou Lucidez

1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Chama Fria ou Lucidez»?

R- «Chama Fria ou Lucidez» é o segundo livro que publico a título individual em Portugal. Por conseguinte, trata-se de um livro de poesia cuja identidade é construída em sequência e por contraste relativamente ao primeiro livro publicado, «Deixai-me cantar a floresta». Este segundo livro consiste num conjunto de excertos poéticos de natureza solar e interventiva e procura retratar a proximidade entre a morte e a vida como parte de um mesmo ciclo e também a coexistência de várias idades do ser humano num único momento. Não posso prever o que representará este livro na minha obra. Estou plenamente de acordo com a seguinte ideia: o livro deixa de ser nosso a partir do momento em que o publicamos. Esperemos, pois, que o tempo desvende a importância de «Chama Fria ou Lucidez» no conjunto de outros que espero escrever.

2- Qual a ideia que esteve na origem do livro?

R- Este livro foi escrito em conjunto com o primeiro. Na altura, pretendia retratar a captação de momentos em que o Homem procura transcender-se: o contacto com os mortos, o amor, o ciúme, a revolta, o estado extático produzido pela criação artística (neste caso, a dança e a poesia) e uma certa visão cosmogónica que procura a harmonia no interior de todas as coisas.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?

R- Estou envolvida em vários projectos. Neste momento, aguardo o lançamento do meu terceiro livro em língua portuguesa. Será um livro em prosa poética a que se seguirá outro livro em prosa poética. Está também em preparação um livro infanto-juvenil e uma peça de teatro, bem como um projecto de não-ficção. Preparo igualmente um projecto de poesia bilingue inglês/português que será publicado nos Estados Unidos e um projecto bilingue crioulo cabo-verdiano/português que espero poder publicar em Portugal. Existem também outros projectos em curso na Spero Publishing e na Logios Publishing que espero trazer à luz do dia com alguma brevidade.

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Sara Timóteo