Rute Silva: “Perdida entre a devastação do diagnóstico e o desconhecido futuro inconstante”
1-Qual a ideia que esteve na origem deste seu novo livro “Diário de Hodgkin”?
R-Tudo começou quando descobri que tinha cancro pela primeira vez, aos 29 anos de idade, e perdida entre a devastação do diagnóstico e o desconhecido futuro inconstante, percebi que a escrita aleatória de frases acalmava-me perante aquele desafio. No entanto, foi quando diagnosticaram a recidiva que me apercebi que o diário onde confidenciava os meus desabafos, perante a intimidante realidade cancerígena, era justamente o que precisava para libertar as amarras que me faziam refém daquilo que não é a felicidade. Decidi assim aproveitar a escrita de forma consistente e criar uma obra que testemunhasse todas as vivências e quiçá, poder apoiar qualquer pessoa que se identifique.
R-Tudo começou quando descobri que tinha cancro pela primeira vez, aos 29 anos de idade, e perdida entre a devastação do diagnóstico e o desconhecido futuro inconstante, percebi que a escrita aleatória de frases acalmava-me perante aquele desafio. No entanto, foi quando diagnosticaram a recidiva que me apercebi que o diário onde confidenciava os meus desabafos, perante a intimidante realidade cancerígena, era justamente o que precisava para libertar as amarras que me faziam refém daquilo que não é a felicidade. Decidi assim aproveitar a escrita de forma consistente e criar uma obra que testemunhasse todas as vivências e quiçá, poder apoiar qualquer pessoa que se identifique.
2-Escolheu um registo e uma narração na terceira pessoa: Hawaí: porquê?
R-A presente obra é baseada em factos e testemunhos reais, reservando espaço à salvaguarda da identidade das personagens. E por isso, o nome de todas as personagens são países do mundo que eu, autora, sonho em visitar. Quando me sentava na cadeira do hospital para fazer o tratamento de quimioterapia, um dos meus escapes era organizar e pesquisar sobre viagens que gostava de fazer. E isso, deu-me a força para acreditar, que um dia iria ficar melhor e poder realizá-las.
Hawaí, é um dos primeiros países que quero conhecer, pela sua localização e pela sua cultura.
Uma utopia que será concretizada em breve.
3-De que forma a leitura deste livro pode ajudar outras pessoas que vivenciem uma situação de doença grave como a sua?
R-Ao início, quando descobri a patologia, pesquisei diversa literatura no sentido de me preparar para a incerteza futura, mas não encontrei nenhuma que abordasse uma experiência concreta com Linfoma de Hodgkin. Perante este sucedido, foi nesse sentido que escrevi esta obra, uma vez que relato passo a passo todos os tratamentos, seja de medicina tradicional ou de medicina integrativa, e isso poderá elucidar quem esteja a vivenciar ou apenas a acompanhar este tipo de doença.
R-Ao início, quando descobri a patologia, pesquisei diversa literatura no sentido de me preparar para a incerteza futura, mas não encontrei nenhuma que abordasse uma experiência concreta com Linfoma de Hodgkin. Perante este sucedido, foi nesse sentido que escrevi esta obra, uma vez que relato passo a passo todos os tratamentos, seja de medicina tradicional ou de medicina integrativa, e isso poderá elucidar quem esteja a vivenciar ou apenas a acompanhar este tipo de doença.
Sinto que é necessário deixar o tabu no cancro. É preciso falar, é necessário testemunhar, e entender que há vidas e histórias que podem ter um final feliz, independentemente do tipo de diagnóstico.
No fim, se acharmos um exemplo positivo, esse pode ser a alavanca que precisamos para enfrentar uma dura realidade. Há sempre espaço na vida para darmos a mão a alguém, e acreditar que o melhor está por vir. “Diário de Hodgkin” é o primeiro livro escrito em português sobre a patologia de Linfoma de Hodgkin.
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Rute Silva
Diário de Hodgkin
Iditorialis 15€
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Rute Silva
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Rute Silva na “Novos Livros” | Entrevistas