Rute Canhoto | Almira, a Moura Encantada

1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Almira, a Moura Encantada»?
R- O livro “Almira, a Moura Encantada” representa uma homenagem à terra onde vivo (Alcácer do Sal) e à lenda do seu castelo. Esta é uma forma de dar a conhecer um concelho do litoral alentejano na actualidade e ainda um período específico da sua história, neste caso a época muçulmana. Uma vez que a juventude de hoje em dia está um pouco “desligada” da literatura, decidi apresentar Alcácer por via de um romance histórico, socorrendo-me da lenda da moura encantada que se apaixonou por um cavaleiro cristão, de modo a tornar o livro mais interessante. É um livro pequeno e com uma linguagem bastante acessível, facilitando o “trabalho” do leitor.

2-Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- Na origem deste livro estão duas paixões que tenho: Alcácer do Sal e a literatura. Escrever um livro é uma vontade que trazia dentro de mim desde a altura em que aprendi as primeiras letras e achei que o primeiro deveria ser sobre a minha terra, onde vivo há 24 anos. Alcácer do Sal é um concelho cheio de história e lendas, há muito por onde escolher, mas a lenda mais conhecida é a da moura encantada do castelo, que viveu um romance impossível e cujas juras de amor trocadas com o seu amado ainda hoje se ouvem no castelo nas quentes noites de Agosto. Algo desta dimensão faz-nos sempre sonhar.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Neste momento estou a escrever um novo livro que vem na mesma linha do primeiro, ou seja, é um romance histórico, mas desta vez incidirei sobre a colónia de escravos que viveu em S. Romão do Sado e que marcou em muito a actualidade das gentes que aí vivem. Aliás, eu própria descendo de membros dessa colónia. Além de dar a conhecer mais um pouco de história através de um romance, é como que um regresso às minhas próprias origens em que poderei aprender mais sobre a minha própria árvore genealógica.
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Rute Canhoto
Almira, a Moura Encantada
Corpos Editora