Ricardo Campos | Uma Cidade de Imagens
R. Este é um livro colectivo que trata das diferentes formas
de abordagem das imagens presentes em meio urbano. Vivemos numa era
profundamente imersa no visual e na imagem tecnologicamente mediada e esta
condição contemporânea também se expressa na cidade. A videovigilância, os
graffiti, a arte urbana, os cartazes políticos, os outdoors e ecrãs
publicitários, entre outros objectos, relembram-nos que a cidade é uma
relevante arena comunicacional. Aquilo
que propusemos a uma série de autores nacionais e internacionais foi que
reflectissem sobre esta questão a partir das suas múltiplas experiências de
investigação e posicionamentos disciplinares. Propusemos aos autores uma
abordagem tríplice a esta cultura visual urbana: a cidade como lugar de/para as imagens; a
cidade como objecto do olhar; e finalmente a cidade como objecto de estudo e
representação científica através da imagem.
de abordagem das imagens presentes em meio urbano. Vivemos numa era
profundamente imersa no visual e na imagem tecnologicamente mediada e esta
condição contemporânea também se expressa na cidade. A videovigilância, os
graffiti, a arte urbana, os cartazes políticos, os outdoors e ecrãs
publicitários, entre outros objectos, relembram-nos que a cidade é uma
relevante arena comunicacional. Aquilo
que propusemos a uma série de autores nacionais e internacionais foi que
reflectissem sobre esta questão a partir das suas múltiplas experiências de
investigação e posicionamentos disciplinares. Propusemos aos autores uma
abordagem tríplice a esta cultura visual urbana: a cidade como lugar de/para as imagens; a
cidade como objecto do olhar; e finalmente a cidade como objecto de estudo e
representação científica através da imagem.
2 –De forma resumida, qual a principal ideia que esperam
conseguir transmitir aos vossos leitores?
conseguir transmitir aos vossos leitores?
R. Nas ciências sociais, as imagens, quer enquanto objecto
de estudo, quer enquanto legítimas participantes no processo metodológico de
investigação, têm sido algo menosprezadas pela academia. Aquilo que pretendo
transmitir é que, actualmente, numa sociedade ocularcêntrica, profundamente
marcada por aquilo que alguns autores definem como de crescente
“visualização da existência”, os cientistas sociais podem e devem
devotar muito mais atenção aos processos sociais de criação, difusão e consumo
imagético. Convém, por isso, cada vez mais, resgatar e trazer a debate todo um
património teórico e metodológico das ciências sociais que lida com a imagem e
com as suas tecnologias.
de estudo, quer enquanto legítimas participantes no processo metodológico de
investigação, têm sido algo menosprezadas pela academia. Aquilo que pretendo
transmitir é que, actualmente, numa sociedade ocularcêntrica, profundamente
marcada por aquilo que alguns autores definem como de crescente
“visualização da existência”, os cientistas sociais podem e devem
devotar muito mais atenção aos processos sociais de criação, difusão e consumo
imagético. Convém, por isso, cada vez mais, resgatar e trazer a debate todo um
património teórico e metodológico das ciências sociais que lida com a imagem e
com as suas tecnologias.
3 – Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento
e que pistas de investigação se seguem no seu trabalho?
e que pistas de investigação se seguem no seu trabalho?
R. Nos últimos anos tenho desenvolvido investigação
essencialmente em torno das temáticas das culturas juvenis urbanas e da cultura
visual. Como corolário desta relação, publiquei em 2010 um livro sobre a
temática do graffiti e da street art. Contínuo a desenvolver investigação em
torno destas matérias e, em tempos mais recentes, com um especial foco na forma
como os jovens se apropriam das ferramentas digitais para a produção e
disseminação de conteúdos de diversa ordem. Interessa-me, pois, num futuro
próximo entender como esta cultura visual juvenil passa, cada vez mais, pela
utilização de diferentes meios tecnológicos para a criação e difusão cultural
(música, fotografia, graffiti, etc.). Aquilo que me parece cada vez mais
evidente é que um vasto conjunto de competências tecnológicas e visuais das
gerações mais jovens, lhes permite fazer um uso estratégico destes recursos
convertendo-os em media alternativos que escapam à lógica dos media mainstream convencionais.
essencialmente em torno das temáticas das culturas juvenis urbanas e da cultura
visual. Como corolário desta relação, publiquei em 2010 um livro sobre a
temática do graffiti e da street art. Contínuo a desenvolver investigação em
torno destas matérias e, em tempos mais recentes, com um especial foco na forma
como os jovens se apropriam das ferramentas digitais para a produção e
disseminação de conteúdos de diversa ordem. Interessa-me, pois, num futuro
próximo entender como esta cultura visual juvenil passa, cada vez mais, pela
utilização de diferentes meios tecnológicos para a criação e difusão cultural
(música, fotografia, graffiti, etc.). Aquilo que me parece cada vez mais
evidente é que um vasto conjunto de competências tecnológicas e visuais das
gerações mais jovens, lhes permite fazer um uso estratégico destes recursos
convertendo-os em media alternativos que escapam à lógica dos media mainstream convencionais.
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Ricardo Campos/Andrea Mubi Brighenti/Luciano Spinelli (org.)
Uma Cidade de Imagens
Editora Mundos Sociais, 11,30€