Regresso aos clássicos
Todas as Ciências têm os seus pais fundadores e a Sociologia não foge à regra. Émile Durkheim desempenhou um papel fundamental na constituição da Sociologia como disciplina autónoma e domínio de saber independente e consagrado no universo mais vasto das Ciências Sociais, nomeadamente no esforço de separá-la da influência de outros quadros do conhecimento como os da Filosofia, da História, da Psicologia ou da Economia Política.
As suas obras em muito contribuíram para cunhar os factos sociais como fenómenos científicos dotados de regularidade. Essa procura e imposição de um método científico no estudo dos factos sociais foi vertida na pequena grande obra de Émile Durkheim que continua a ser de leitura obrigatória para estudantes e para todos quantos se interessam por compreender os fenómenos sociais: “As Regras do Método Sociológico”.
De facto, esta foi a primeira obra exclusivamente de carácter metodológico escrita por um sociólogo, totalmente dedicada à investigação e explicação sociológica.
Durkheim ficará sempre ligado, desde logo, à definição dos factos sociais “como coisas” e à aplicação do método positivista da ciência à Sociologia (estudo metódico que conduz ao estabelecimento das leis), tendo delimitado o campo desta disciplina. Ou seja, a Sociologia tem um objecto claramente definido e um método para estudá-lo: o objecto são os factos sociais e o método é a observação e a experimentação indirecta, evitando preconceitos e julgamentos subjectivos.
“Temos por conseguinte de considerar os fenómenos sociais em si mesmo, independentemente dos sujeitos conscientes que deles fazem representações. É preciso estudá-los a partir do exterior, enquanto coisas exteriores, pois é nessa qualidade que eles se apresentam perante nós”, explicou em “As Regras do Método Sociológico”.
Como escreveu já o sociólogo português José Machado Pais, “com Durkheim, a Sociologia procura fixar as suas modalidades de conhecimento no quadro de determinados enunciados que assumiam a configuração de regras. Essas regras cumpriam uma função de unificação de um novo espaço de saber, para melhor poder impor-se e distinguir-se dos demais”.
Vem tudo isto a propósito de ter sido agora publicado o texto clássico de “As Regras do Método Sociológico”, inicialmente editado na Revista de Filosofia, em 1894, e, um ano depois, pela Alcan. No livro agora disponível são apresentadas as alterações feitas pelo autor de uma edição para a outra: a obra respeita a versão original, apresentando em nota de rodapé as modificações de Durkheim.
De registar ainda a inclusão dos prefácios da primeira e da segunda edições e, no final, uma cronologia da vida e da obra de Émile Durkheim. Um livro essencial em qualquer biblioteca de Ciências Sociais.
__________________________
Émile Durkheim
As Regras do Método Sociológico
Publicações Europa-América, 20,09€
As suas obras em muito contribuíram para cunhar os factos sociais como fenómenos científicos dotados de regularidade. Essa procura e imposição de um método científico no estudo dos factos sociais foi vertida na pequena grande obra de Émile Durkheim que continua a ser de leitura obrigatória para estudantes e para todos quantos se interessam por compreender os fenómenos sociais: “As Regras do Método Sociológico”.
De facto, esta foi a primeira obra exclusivamente de carácter metodológico escrita por um sociólogo, totalmente dedicada à investigação e explicação sociológica.
Durkheim ficará sempre ligado, desde logo, à definição dos factos sociais “como coisas” e à aplicação do método positivista da ciência à Sociologia (estudo metódico que conduz ao estabelecimento das leis), tendo delimitado o campo desta disciplina. Ou seja, a Sociologia tem um objecto claramente definido e um método para estudá-lo: o objecto são os factos sociais e o método é a observação e a experimentação indirecta, evitando preconceitos e julgamentos subjectivos.
“Temos por conseguinte de considerar os fenómenos sociais em si mesmo, independentemente dos sujeitos conscientes que deles fazem representações. É preciso estudá-los a partir do exterior, enquanto coisas exteriores, pois é nessa qualidade que eles se apresentam perante nós”, explicou em “As Regras do Método Sociológico”.
Como escreveu já o sociólogo português José Machado Pais, “com Durkheim, a Sociologia procura fixar as suas modalidades de conhecimento no quadro de determinados enunciados que assumiam a configuração de regras. Essas regras cumpriam uma função de unificação de um novo espaço de saber, para melhor poder impor-se e distinguir-se dos demais”.
Vem tudo isto a propósito de ter sido agora publicado o texto clássico de “As Regras do Método Sociológico”, inicialmente editado na Revista de Filosofia, em 1894, e, um ano depois, pela Alcan. No livro agora disponível são apresentadas as alterações feitas pelo autor de uma edição para a outra: a obra respeita a versão original, apresentando em nota de rodapé as modificações de Durkheim.
De registar ainda a inclusão dos prefácios da primeira e da segunda edições e, no final, uma cronologia da vida e da obra de Émile Durkheim. Um livro essencial em qualquer biblioteca de Ciências Sociais.
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Émile Durkheim
As Regras do Método Sociológico
Publicações Europa-América, 20,09€