Regresso a Mishima e ao seu marinheiro

Ryuji Tsukazaki, marinheiro destemido, viveu toda a sua juventude em alto-mar, acreditando que glórias sem fim o esperavam. Certo dia, ao atracar numa pequena cidade japonesa, conhece Fusako Kuroda, uma viúva burguesa com quem se envolve amorosamente, encontrando a paz sempre almejada e recomeçando a sua vida em terra firme.

No entanto, esta relação enfrenta um grande desafio. Fusako é mãe de Noboru, um adolescente de 13 anos apaixonado por barcos, que, num primeiro momento, fica fascinado com a entrada de Ryuji para  sua família, pois este narra-lhe as suas aventuras com a tripulação. Posteriormente, o jovem começa a rejeitar o casamento da sua progenitora e começa a adotar comportamentos peculiares associados ao hábito de espiar o casal durante a prática de atos sexuais. Além disso, Noboru pertencer a um grupo de jovens intelectuais pessimistas que acreditam que a figura paterna é a encarnação do mal e que o sofrimento é um meio adequado para se anestesiarem as emoções de modo a atingir uma vida com valores baseados no bushido e nas histórias de samurais. Neste contexto, o protagonista percebe que o seu herói marinheiro perderá toda a força ao casar com a sua mãe e que apenas eles podem evitar que tal ocorra. O que poderá o seu grupo fazer para evitar que mais um homem se perca, adotando uma vivência mundana e sem significado?

Nesta obra, Mishima premeia o leitor com relatos violentos, tensão erótica e, sobretudo, suspense típico da ficção de terror que instiga a curiosidade. Assim, somos forçados a ler esta novela numa só assentada, perdendo a noção do espaço e do tempo e sonhando com a música das ondas do mar.
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Yukio Mishima
O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar
Livros do Brasil

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