Portugal no centro da conspiração
João Paulo Guerra é um excelente jornalista (quer de imprensa, quer de rádio), cujo talento é reconhecido pelo público e pelos pares – vários são os prémios com que foi distinguido.
Alguma da sua investigação jornalística foi mais tarde vertida para livro, tendo publicado, entre outros, “Memória das Guerras Coloniais” e o premiado “Descolonização Portuguesa – o Regresso das Caravelas”.
No entanto, e apesar da sua longa experiência na arte de dar sentido e beleza às palavras, nunca se tinha aventurado a dar o passo decisivo para transpor a linha que separa a realidade da ficção. Até agora. A experiência, bem sucedida, chama-se “Romance de uma Conspiração” e é uma bela história que tem como pano de fundo um período conturbado da História Contemporânea de Portugal: da última década da ditadura ao pós-25 de Abril.
Sendo embora um romance, o livro é assumidamente baseado em factos verídicos, muitos dos quais apurados por João Paulo Guerra durante uma investigação jornalística.
Ao longo de pouco mais de duas centenas de páginas de uma escrita clara e concisa, o leitor é levado a acompanhar a adolescência e entrada na vida adulta de Pedro Costa, o rapaz que na tarde do 1º de Maio de 1964 perde o pai, seu mentor e herói de infância, assassinado por verdugos de um grupelho “nacionalista” protegido pela PIDE.
É um golpe rude na vida de um miúdo de 12 anos, filho de pais divorciados, para quem as tardes passadas com o pai eram o raio de sol que aquecia os dias desinteressantes com uma mãe pouco carinhosa. Pedro Costa, o pai, ex-professor expulso do ensino pelo regime e revisor num jornal diário, passou ao filho os valores da liberdade e da justiça, a par do gosto pelos livros. E serão eles que nortearão o miúdo até se fazer homem e participar na Revolução como oficial da Armada.
Pelas páginas do romance passa uma série de acontecimentos de que muitos se lembrarão, até porque os viveram. Mas o que poucos saberão é que durante a ditadura Portugal acolheu uma rede internacional que a partir de Lisboa planeava e levava à prática atentados violentos em vários países, com o objectivo de travar a democracia e a liberdade. Era um polvo com enormes e fortes tentáculos, cuja cabeça conspirativa estava instalada na capital dos “brandos costumes”.
E é o jovem segundo-tenente Pedro Costa que, numa operação militar a instalações da PIDE, descobre o arquivo da organização que, a coberto do disfarce de agência de imprensa, se dedicava a “actividades de espionagem, treino e desenvolvimento de operações militares encobertas, recrutamento e instrução de mercenários, acções de propaganda e guerra psicológica”. Mas a descoberta revelar-se-ia incómoda, mesmo depois de uma Revolução e de o poder ter mudado de mãos…
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João Paulo Guerra
Romance de uma Conspiração
Oficina do Livro, 13,90€
Alguma da sua investigação jornalística foi mais tarde vertida para livro, tendo publicado, entre outros, “Memória das Guerras Coloniais” e o premiado “Descolonização Portuguesa – o Regresso das Caravelas”.
No entanto, e apesar da sua longa experiência na arte de dar sentido e beleza às palavras, nunca se tinha aventurado a dar o passo decisivo para transpor a linha que separa a realidade da ficção. Até agora. A experiência, bem sucedida, chama-se “Romance de uma Conspiração” e é uma bela história que tem como pano de fundo um período conturbado da História Contemporânea de Portugal: da última década da ditadura ao pós-25 de Abril.
Sendo embora um romance, o livro é assumidamente baseado em factos verídicos, muitos dos quais apurados por João Paulo Guerra durante uma investigação jornalística.
Ao longo de pouco mais de duas centenas de páginas de uma escrita clara e concisa, o leitor é levado a acompanhar a adolescência e entrada na vida adulta de Pedro Costa, o rapaz que na tarde do 1º de Maio de 1964 perde o pai, seu mentor e herói de infância, assassinado por verdugos de um grupelho “nacionalista” protegido pela PIDE.
É um golpe rude na vida de um miúdo de 12 anos, filho de pais divorciados, para quem as tardes passadas com o pai eram o raio de sol que aquecia os dias desinteressantes com uma mãe pouco carinhosa. Pedro Costa, o pai, ex-professor expulso do ensino pelo regime e revisor num jornal diário, passou ao filho os valores da liberdade e da justiça, a par do gosto pelos livros. E serão eles que nortearão o miúdo até se fazer homem e participar na Revolução como oficial da Armada.
Pelas páginas do romance passa uma série de acontecimentos de que muitos se lembrarão, até porque os viveram. Mas o que poucos saberão é que durante a ditadura Portugal acolheu uma rede internacional que a partir de Lisboa planeava e levava à prática atentados violentos em vários países, com o objectivo de travar a democracia e a liberdade. Era um polvo com enormes e fortes tentáculos, cuja cabeça conspirativa estava instalada na capital dos “brandos costumes”.
E é o jovem segundo-tenente Pedro Costa que, numa operação militar a instalações da PIDE, descobre o arquivo da organização que, a coberto do disfarce de agência de imprensa, se dedicava a “actividades de espionagem, treino e desenvolvimento de operações militares encobertas, recrutamento e instrução de mercenários, acções de propaganda e guerra psicológica”. Mas a descoberta revelar-se-ia incómoda, mesmo depois de uma Revolução e de o poder ter mudado de mãos…
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João Paulo Guerra
Romance de uma Conspiração
Oficina do Livro, 13,90€