Porfírio Silva | Podemos Matar um Sinal de Trânsito?
1- De que trata este seu livro: “Podemos Matar um Sinal
de Trânsito?”?
de Trânsito?”?
O subtítulo do livro é um princípio de resposta: “Um
divertimento político-filosófico acerca da profundidade do quotidiano”. Com
isto quero dizer duas coisas. Primeiro, que há um conjunto de factos da nossa
vida em sociedade, que passam nos jornais e nas televisões como episódios
anedóticos, mas que, se pensarmos um pouco, descobrimos serem muito mais
enigmáticos do que parecem à primeira vista. Porque é que os autores do blogue
31 da Armada, quando, a 10 de Agosto de 2009, subiram à varanda dos Paços do
Concelho de Lisboa e hastearam a bandeira azul e branca, não restauraram a
monarquia, como disseram ter feito, reclamando que foi precisamente com esse
gesto que em 1910 foi proclamada a República? O que explica que Obama tenha
repetido o juramento como presidente, no dia seguinte à cerimónia de tomada de
posse assistida por milhões de pessoas, desta feita sem anúncio prévio, num
ambiente recatado e perante um restrito número de testemunhas? O que terá uma
câmara municipal feito para ser acusada de colocar falsos polícias na rua? O
que é uma greve de zelo? Há perguntas que parecem ainda mais corriqueiras e,
contudo, suscitam respostas inesperadas: o que é que faz com que um casamento seja
um casamento? Quando cai um sinal de sentido proibido, por esse facto
desaparece a proibição de circular nesse sentido naquela rua? Depois, este
livro é um divertimento, já que aproveita estas perguntas pouco habituais para
colocar questões muito sérias sem se fazer de sério: com uma linguagem simples,
como quem conta uma história que queremos saber como acaba, com uma boa
disposição que não tira nada à excitação das questões que coloca.
divertimento político-filosófico acerca da profundidade do quotidiano”. Com
isto quero dizer duas coisas. Primeiro, que há um conjunto de factos da nossa
vida em sociedade, que passam nos jornais e nas televisões como episódios
anedóticos, mas que, se pensarmos um pouco, descobrimos serem muito mais
enigmáticos do que parecem à primeira vista. Porque é que os autores do blogue
31 da Armada, quando, a 10 de Agosto de 2009, subiram à varanda dos Paços do
Concelho de Lisboa e hastearam a bandeira azul e branca, não restauraram a
monarquia, como disseram ter feito, reclamando que foi precisamente com esse
gesto que em 1910 foi proclamada a República? O que explica que Obama tenha
repetido o juramento como presidente, no dia seguinte à cerimónia de tomada de
posse assistida por milhões de pessoas, desta feita sem anúncio prévio, num
ambiente recatado e perante um restrito número de testemunhas? O que terá uma
câmara municipal feito para ser acusada de colocar falsos polícias na rua? O
que é uma greve de zelo? Há perguntas que parecem ainda mais corriqueiras e,
contudo, suscitam respostas inesperadas: o que é que faz com que um casamento seja
um casamento? Quando cai um sinal de sentido proibido, por esse facto
desaparece a proibição de circular nesse sentido naquela rua? Depois, este
livro é um divertimento, já que aproveita estas perguntas pouco habituais para
colocar questões muito sérias sem se fazer de sério: com uma linguagem simples,
como quem conta uma história que queremos saber como acaba, com uma boa
disposição que não tira nada à excitação das questões que coloca.
2- De forma resumida, qual a principal ideia que espera
conseguir transmitir aos seus leitores?
conseguir transmitir aos seus leitores?
Nós somos, cada um de nós é, de grande importância para a
beleza, ou fealdade, deste nosso mundo. Somo nós que fazemos, ou não, a
qualidade da nossa vida em comum. Perceber isto não é apelar a qualquer forma
pomposa ou severa de pensar no destino da humanidade, mas sim dar atenção à
importância de pequenas coisas de todos os dias, de cujo valor nem sempre nos
apercebemos. Este livro procura, sem tentar dar lições de moral, dar exemplos
simples da participação e relevância que temos nos aspectos interessantes e até
misteriosos da nossa vida comum e de todos os dias.
beleza, ou fealdade, deste nosso mundo. Somo nós que fazemos, ou não, a
qualidade da nossa vida em comum. Perceber isto não é apelar a qualquer forma
pomposa ou severa de pensar no destino da humanidade, mas sim dar atenção à
importância de pequenas coisas de todos os dias, de cujo valor nem sempre nos
apercebemos. Este livro procura, sem tentar dar lições de moral, dar exemplos
simples da participação e relevância que temos nos aspectos interessantes e até
misteriosos da nossa vida comum e de todos os dias.
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
Estou a montar um texto cujo título provisório é “De que
falam as máquinas quando nós não estamos a ouvir?”. Humanos, máquinas e
linguagem, portanto; uma combinação que toca directamente no coração da nossa
identidade como humanos – e dos futuros possíveis dessa identidade.
falam as máquinas quando nós não estamos a ouvir?”. Humanos, máquinas e
linguagem, portanto; uma combinação que toca directamente no coração da nossa
identidade como humanos – e dos futuros possíveis dessa identidade.
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Porfírio Silva
Podemos Matar um Sinal de Trânsito?
Esfera do Caos