Pedro Oliveira Leite: Estava Morto Mas Não Estou

1-Qual a ideia que esteve na origem da escrita destes livro?
R- Uma questão muito pertinente. A minha recuperação possível foi muito longa: quatro anos. Internamentos hospitalares, sucessivas consultas médicas de diversas especialidades, entre muitos outros.  E é aqui que encontramos muitos doentes e familiares, em consultórios médicos ou em corredores hospitalares, com problemas semelhantes ao meu, ou diferentes. Baixando os braços, resignando-se, desistindo.  Não posso mudar o mundo, mas posso escrever na primeira pessoa que muitas vezes é possível fazer algo. É normal por vezes estarmos mais em baixo… Não podemos é deixar de acreditar em nós, nem nunca desistir. E por isso resolvi relatar a minha história de vida em livro, para poder chegar ao maior número possível de seres humanos, com o objetivo de os inspirar em tudo na vida.  

2-As circunstâncias relatadas testaram, certamente, todos os seus limites de resistência: em algum momento admitiu desistir?
R – Sim. Sou um ser comum mortal, e claro que algumas vezes pensei em desistir, tal era o desespero instalado na minha mente. Quando caímos “no fundo do poço” e demoramos muito tempo a sair, por norma as pessoas afastam-se ou vão-se afastando. Quando estamos a ficar conscientes e nos apercebemos, é uma dor indescritível. Valeu-me a minha resiliência, aceitação, familiares mais próximos, e um ou outro amigo, que se manteve fiel. 

3-Do que viveu e da forma como lutou, que lições de vida mais úteis podemos reter? 
R- Ter a noção que podemos ter uma presença muito mindful no nosso dia a dia. Como seres humanos, sabermos que podemos ver a vida com os horizontes muito mais abertos, familiarmente estar muito mais presente e desfrutar do crescimento dos nossos filhos. E Gostar de nós como somos independentemente das sequelas que ficaram.
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Pedro Oliveira Leite
Estava Morto Mas Não estou
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