Pedro Garcia Rosado | Morte na Arena

1 – O que representa, no contexto da sua obra o livro
“Morte na Arena”?
R-“Morte na Arena” é o meu nono “thriller” e o segundo de
uma série de histórias policiais com três personagens fixas: Gabriel Ponte,
inspector da PJ diplomaticamente reformado por invalidez, a sua ex-mulher e
inspectora-coordenadora da PJ Patrícia Ponte e a jornalista Filomena Coutinho,
cujo relacionamento íntimo com Gabriel Ponte esteve na origem da ruptura entre
os dois inspectores.
Desde a minha primeira obra (“Crimes Solitários”, 2004)
tenho procurado criar uma literatura policial solidamente baseada nas
realidades nacionais, respeitando os cânones do género e procurando encontrar
ambientes e cenários portugueses. Penso, aliás, que é a ligação entre o tecido
narrativo destes livros e a realidade do nosso dia-a-dia, mesmo que tratada com
alguma liberdade criativa, que pode ser um factor de êxito e um estímulo para o
desenvolvimento do “thriller” em Portugal.
“Morte na Arena” explora esses domínios, num sector – o da
justiça – que, apesar do interesse popular que suscita, não é tão visível como
talvez pudesse ser.
2 – Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-O que é que existe por debaixo dos nossos pés quando
percorremos a Baixa de Lisboa e as zonas em redor? Há as ruínas romanas mas…
serão apenas esses os espaços? Existem prédios devolutos há muitos anos, temos
informações diversas sobre a pouca solidez do subsolo da Baixa, há as
inundações nas escavações mais fundas, os alicerces de muitos prédios
pombalinos estão em risco devido ao movimento das águas subterrâneas…
No meu segundo livro, “Ulianov e o Diabo” (2006), abordei de
passagem este universo. Fiquei sempre com a ideia de que os espaços que é
plausível imaginar que existam no subsolo podiam servir de cenário a certas
actividades pouco lícitas idealizadas pelos homens de poder que vivem à
superfície.
Quando me pus a trabalhar no segundo livro da série, depois
de “Morte com Vista para o Mar” (o primeiro em que aparecem Gabriel Ponte e
Patrícia Ponte), pensei que chegara o momento de voltar a descer ao subsolo de
Lisboa. Onde ainda existe uma das personagens de “Ulianov e o Diabo”, o
sem-abrigo conhecido por Diabo que se julga o senhor todo poderoso dos
subterrâneos de Lisboa.
E assim nasceu “Morte na Arena”, numa arena subterrânea.
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-O terceiro livro desta série. Intitula-se “Morte nas
Trevas” e desta vez regressarei a um ambiente rural que esconde segredos de uma
rede criminosa internacional especializada em tráfico de menores e que talvez
Gabriel Ponte consiga desvendar, apesar de ser gente muito perigosa.
Sairá em Maio do próximo ano.
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Pedro Garcia Rosado
Morte na Arena

Top Seller, 16,49€