Pedro de Freitas Branco | O Segredo Dos Beatles
1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «O Segredo dos Beatles»?
R- Trata-se da minha segunda novela-Pop – seguindo o estilo narrativo da primeira, “A Vida em Stereo”. Ou seja, dei continuidade a um universo ficcional onde o Rock’n’Roll (neste caso através das canções dos Beatles) se assume como elemento primordial. Mais uma vez, vesti a pele de um autêntico DJ literário. E canções imortais como “A Day in the Life” ou “Something” conduzem a escrita. Desta feita, porém, aproveitei para homenagear um certo “submundo” lisboeta dos coleccionadores de discos de vinil sob um enredo totalmente policial.Por outro lado, esta obra é tomada de contornos terapêuticos. Foi a escrita de “O Segredo dos Beatles” que me permitiu ultrapassar a dor de um 2005 marcado por acontecimentos negativos na minha vida pessoal.
2-Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- Uma notícia de jornal, referida na abertura do livro, em que é relatada a descoberta de um turista inglês na Austrália. Segundo a notícia, publicada no Verão de 2004, o inglês comprou num mercado popular – pela módica quantia de 20 libras – uma mala contendo arquivo inédito dos Beatles.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Um novo romance. Já tenho até o título, mas ainda é cedo para o revelar… a música voltará a pontuar a narrativa, mas de uma forma mais secundária. A acção divide-se em dois tempos e locais distintos. Califórnia, Verão de 1967. Fevereiro de 2006, Rio de Janeiro. Pela primeira vez, atrevo-me a transportar as minhas personagens para fora de Lisboa… conto uma história em que são abordados temas como o sentimento de culpa e a decepção de uma utopia…A escrita exige disciplina e trabalho. Por isso, esforço-me para dar mais dimensão psicológica às personagens e universalidade ao conteúdo da ficção. Sempre com enorme prazer, claro.