Paulo Reis Mourão | Terra Visitada
2-Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R-Reflectir nos custos que a maior repressão centralista do nosso país (a Devassa pombalina sobre as gentes durienses) teve no panorama da História nacional e da Economia regional. A partir desse quadro de fundo, é revelada toda a vida da região duriense, através de personagens que representam os dois lados intervenientes – os modernos burgueses fisiocratas e os aristocratas fundiários reprimidos por Sebastião José de Carvalho e Melo, sem esquecer os interesses britânicos, denunciados no último capítulo do livro, através da carta que um feitor de Gaia redige ao mandatário inglês. «Terra Visitada» é ainda uma história. Uma história de amor entre os homens e a terra, entre os seus monstros e os seus deuses. Não é só uma história de amor entre Pinto Osório e Rita, entre Jorge e a simplicidade do mundo, entre Mansilha e o irmão defunto, entre Pombal e uma ideia de país – é também um relato de amor de mulheres como Bastiana pelas suas crenças, de Carmelo pelo seu destino e de Rita pela dúvida.
R-Além de uma antologia de contos premiados em vários certames literários, tenho ainda mais três projectos em desenvolvimento: um livro de poesia que se debruça sobre a descoberta dos sentidos num mundo dessensibilizado, uma peça de teatro que reflecte sobre o percurso de uma mulher no sentido da sua plenitude num universo em fragmentos e um romance, com vários capítulos esboçados.