
Rita Redshoes é uma pessoa muito mais conhecida pelo seu percurso na música e nas canções. No entanto, acaba de editar o seu primeiro romance e confessa-se rendida ao campo da ficção que considera “um novo caminho do qual não me vou desviar”. Aliás, não por acaso, na adolescência escreveu contos e sabe agora que “já cá estava tudo desde início”.
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1-O que nasceu primeiro em si: a música, as canções ou escrita de ficção?
R-Desde criança que a música esteve muito presente em minha casa e por isso diria que as canções se tornaram num prazer primeiro do que tudo o resto. O prazer de imitar as cantoras e cantores de que gostava. Depois, assim que comecei a saber ler e escrever, penso que veio o enorme prazer dos livros e de inventar histórias e fotonovelas. Também durante a adolescência, no meio do tédio e das férias, comecei a escrever alguns contos. Daí a vida deu uma volta e nasceu uma banda que me instigou a escrever canções e letras para as canções. Mas, na verdade, acho que já cá estava tudo desde o início.
2-Como convivem estas formas de expressão?
R-Sinto-as como um todo em mim. São processos diferentes mas nascem do mesmo imaginário que depois é transposto para fora da minha cabeça, por diferentes ferramentas e processos. Mas alimentam-se em círculo.
3-O que representa, no contexto da sua obra, o livro “Crescer à sombra”?
R-Um sonho antigo tornado realidade. Uma porta aberta para uma expansão da minha criatividade e liberdade.
4-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
Um voltar à meninice, às dores que nos assolam na infância e na passagem para uma adolescência, às vezes demasiado precoce. Também a perplexidade da existência, da finitude, do prazer, da amizade. Foi uma redescoberta através da memória, uma viagem pouco guiada mas muito à flor da pele.
5-Há muito de autobiográfico na rapariga Marta do livro?
R-Há. Eu era uma criança bastante semelhante à Marta mas acredito que haverá muitas Martas neste mundo. Ser menina a caminho de ser mulher é um processo delicado e intenso, pleno de transformações e desafios.
6-Pensando no futuro: o que está escrever neste momento?
R-Para já apenas notas soltas mas sinto que este processo, da escrita de ficção, é um novo caminho do qual não me vou desviar.
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Rita Redshoes
Crescer à Sombra
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