O Olho de Jade
Depois de ter escrito, em 2004, “O Lago Sem Nome”, uma história de amor e conflito na China Moderna, Diane Wei Liang apresenta ao leitor o seu mais recente sucesso. Chama-se “O Olho de Jade”. A obra, publicada em 2008, igualmente pela mão da Editora Bizâncio, retrata-nos a história da primeira mulher a tornar-se investigadora particular na China, mais propriamente em Pequim, a cidade que mais parece um país e, como tal, com milhões de casos para investigar e descobrir. A detective chama-se Mei Wang, e trabalha por paixão e independência em diferentes casos. Ela é uma mulher de sucesso, rica e amante de luxos. As suas regras são quase sempre encontrar contra-estratégias para se poder afirmar num país onde reina um partido ardil e de regras tenebrosas como breu. Aliás, apesar de se tratar de uma ditadura, onde os direitos humanos são diariamente violados e o lápis vermelho do Partido Comunista Chinês rasga muitas publicações à nascença, pode dizer-se que esta obra é escrita com verdade e largueza, pois a autora vive nos EUA desde o Massacre na Praça de Tiananmen. Distanciou-se em tempo e espaço, e isso permitiu-lhe arrefecer a sua reflexão e retratar as suas vivências que acabam por suportar este seu novo romance.
Todo o enredo do romance começa quando Mei Wang é contactada por um amigo para que investigue e tente encontrar um valioso e poderoso jade da dinastia Han, roubado de um museu durante os anos da Revolução Cultural. Podemos dizer que esta investigação é remetida para um segundo plano. A protagonista, ao entrar nos meandros das buscas, começa a descobrir verdades pouco claras da história chinesa. A autora coloca em cena um conjunto de personagens de diferentes estratos sociais, dos mais pobres aos mais abonados e poderosos. É neste palco que tudo gira. Os ricos casinos de luz e yuans contrastam muitas vezes com fracas e miseráveis ruelas onde a descalça miséria abunda.
O livro é, essencialmente, uma parábola da sociedade chinesa centrada na ascensão social e cega nas desigualdades sociais. No caminho da sua investigação, Mei percebe, pela primeira vez, que há crimes que nunca foram investigados, inocentes presos e criminosos à solta. A leitura desta obra é empolgante, um verdadeiro modelo de jornalismo de investigação que ajuda a perceber a política do país mais populoso do mundo. Valeu a pena ler. Parabéns Diane!
__________
Diane Wei Liang
O Olho de Jade
Bizâncio, 12,50 €
Todo o enredo do romance começa quando Mei Wang é contactada por um amigo para que investigue e tente encontrar um valioso e poderoso jade da dinastia Han, roubado de um museu durante os anos da Revolução Cultural. Podemos dizer que esta investigação é remetida para um segundo plano. A protagonista, ao entrar nos meandros das buscas, começa a descobrir verdades pouco claras da história chinesa. A autora coloca em cena um conjunto de personagens de diferentes estratos sociais, dos mais pobres aos mais abonados e poderosos. É neste palco que tudo gira. Os ricos casinos de luz e yuans contrastam muitas vezes com fracas e miseráveis ruelas onde a descalça miséria abunda.
O livro é, essencialmente, uma parábola da sociedade chinesa centrada na ascensão social e cega nas desigualdades sociais. No caminho da sua investigação, Mei percebe, pela primeira vez, que há crimes que nunca foram investigados, inocentes presos e criminosos à solta. A leitura desta obra é empolgante, um verdadeiro modelo de jornalismo de investigação que ajuda a perceber a política do país mais populoso do mundo. Valeu a pena ler. Parabéns Diane!
__________
Diane Wei Liang
O Olho de Jade
Bizâncio, 12,50 €