Luís Filipe Mateus | Baú dos Tesouros
1- O que representa no contexto da sua obra o livro “Baú dos Tesouros”?
R- Para mim o Baú dos Tesouros representa uma parte de mim mesmo. Como eu escrevi na introdução, “esta obra foi escrita com o coração, no arrebatamento daquele espaço mudo onde desagua o meu ser”. Não é uma simples antologia de contos tradicionais, nem pretende ser apenas um estudo acerca dos mesmos, mas é antes uma visão enviesada acerca dos mesmos, marcada pela procura da ação mais nobre e generosa, da verdade mais sublime, do Amor mais profundo, da verdade mais universal sincrónica e diacronicamente. No fundo, este BAÚ procura através destas estórias saborosas e cativantes as marcas e os atributos da Divindade. Trata-se pois de uma tentativa de apresentação do mundo de Deus aos homens através de metáforas e narrativas.
2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- Quanto à ideia que esteve na origem deste livro, penso que já foi explicada anteriormente. O desafio que coloquei a mim próprio foi o de escrever uma obra universalista, abrangente em termos de convicções e credos religiosos, culturas, etnias, épocas e tradições. Uma obra que congregasse todas estas sinergias, muitas delas aparentemente contraditórias e historicamente muitas vezes desavindas. O meu propósito foi o de descobrai, numa esgotante tarefa de garimpeiro que durou mais de 10 anos, essas pepitas raras e preciosas da sabedoria milenar das gerações suscetíveis de ainda hoje e por muitos séculos ensinarem algo de novo, fresco e belo aos homens.
3- Pensando no futuro, o que está a escrever neste momento?
R- Tive ocasião de dizer na introdução da minha obra que não me considero pessoalmente um escritor, mas antes um homem que escreve sobre o que reflete em relação a si próprio, ao mundo e aos homens. Por outras palavras, não sinto a necessidade compulsiva de escrever, como eu penso que os escritores autênticos sentem. Neste momento, não tenho nenhum projeto em mãos, embora tenha a perceção de que algo de novo surgirá mais cedo ou mais tarde. Não estou muito preocupado com isso e, de acordo com a linha de pensamento que já expus, nem seria lógico que estivesse. Neste momento, a divulgação do Baú ocupa-me todo o tempo livre disponível e exige de mim todas as energias, o que por si só me deixa já muito feliz.
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Luís Filipe Mateus
Baú dos Tesouros
Grupo Criador