Miguel Esteves Cardoso: No passado e no futuro estamos todos mortos
CRÓNICA
| Rui Miguel Rocha
Gosto sempre do Miguel. Quando novo era extremamente inteligente mas queria mostrá-lo a toda a força com um pouco de snobismo à mistura. Agora refinou-se, mantém a inteligência, mas não necessita de a mostrar, vai deixando que ela flua na simplicidade: “Nascer é um bom começo. O resto é discutível.”
Sobre o trabalho: “Trabalhar só faz sentido se, através do trabalho, conseguimos comprar tempo para nos divertirmos.”
Uma promessa para quem vive o domingo a pensar em segunda feira: “Viveremos o domingo como véspera de nada.” Como “O mal da pressa é que apressa tudo.”
E para os espertos: “Não vale a pena fazer perguntas a quem já sabe todas as respostas.”
E o amor: “Amar alguém é uma coisa egoísta que só nos faz bem.”
E quando nos traem? “A confiança é um bem tão etéreo que não pode ser recuperado.”
Mas o mais importante: “A grande missão da vida, a grande vitória, é precisamente não nos deixarmos desanimar.”
Para os donos do mundo: “O provincianismo é a doença em que se confunde o lugar onde se vive com o centro do mundo.”
E algumas das crónicas completas como “Sair do sério”, “O castigo da bondade”, “Automatismos”, “Insensibilidade”, “Vai sair? Sai já!”, “O peixe fica cá.”, “Come for tea” e tantas outras.
Mas sobretudo o amor.
Grande MEC!
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Miguel Esteves Cardoso
No Passado e no Futuro Estamos Todos Mortos
Porto Editora 18€
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