Marta Duque Vaz: “A ideia de um mundo mais inclusivo”
[Foto: Carla de Sousa]
1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «História Interminável»?
R-[ “Sei de sobra que nunca terei uma obra. Sei, enfim, que nunca saberei de mim (…)”. Quando leio a palavra obra, assim colocada, este verso de Pessoa, vem-me sempre à memória]. Representa a concretização de uma ideia que já há muito tempo andava comigo e quando determinada ideia de uma história não me abandona significa, no meu entender, que lhe devo dar atenção. E foi o que aconteceu. É uma história muito diferente da Senhora Clap, mas a próxima, também é diferente desta.
2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-A ideia, lato sensu, é a ideia de um mundo mais inclusivo e, ainda, a ideia de dar contributos para educar para a paz. Falar de questões difíceis e às vezes polémicas com certa leveza e ludicidade parece-me um caminho agradável para pensar e agir, para construir futuros onde a realidade multicultural que nos cerca seja encarada, desde cedo, como uma mais-valia e não como uma cordilheira de obstáculos. As minorias étnicas, as religiões, as migrações, as crianças diferentes, os direitos humanos, são questões adequadas a uma história sem fim à vista. Como a Cátia Vidinhas tão bem ilustrou, a ideia é também um fio de possibilidades que se vão desenrolando…
Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Estou a escrever e a reescrever algumas histórias, para os mais novos; algumas estavam em pousio e outras foram acabadas de inventar. Paralelamente estou, ainda, centrada em mais uma série de contos; o meu primeiro livro de contos sai no próximo ano, já está nas mãos da editora.
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Marta Duque Vaz
História Interminável
Edições Paulinas 13€