Maria Brandão: Enlouquecer é morrer numa ilha


1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Enlouquecer é Morrer numa Ilha»?

R- Enlouquecer é Morrer numa Ilha é o meu segundo livro e representa uma mudança em relação ao primeiro, Corpo Triplicado, composto por ficções curtas com a solidão urbana como tema de fundo. Ao contrário deste, Enlouquecer é Morrer numa Ilha é um livro de panorama, onde circulam várias personagens num eixo comum, a ilha, vista como um espaço circular, limitador, um cerco, não necessariamente imposto pela geografia, que tanto pode ocorrer na Suíça, na Albânia ou num lugar «delineado por quatro paredes de mar, atabafado por uma manta de nuvens».

2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- O impulso foi um poema de José Martins Garcia – Signo Insulado – que se colou ao processo criativo como uma ideia fixa, tanto que o título foi daí arrancado. Interessou-me explorar a claustrofobia, a inquietação e o lastro da memória e, a partir daí, desenvolver uma estrutura narrativa rígida para, também através da forma, transmitir a sensação de rotunda, de prisão.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Faço esquemas mentais e tomo notas, leio de forma dispersa e pesquiso para um projecto em fase inicial. A ideia existe, alguns rascunhos e uma espécie de índice também. Neste momento parece-me que, embora com o corpo indefinido, o esqueleto desta nova criatura aponta para um caminho conceptualmente diferente dos dois livros anteriores.
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Maria Brandão
Enlouquecer é Morrer numa Ilha
Companhia das Ilhas 14€
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