Mário Silva Carvalho: “Um livro fora do cenário habitual da minha escrita”
1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Robim de Campanhã, um Patife Sedutor»?
R- O “Robim” é um livro fora do cenário habitual da minha escrita. Temas históricos foram sempre o “mundo” em que me movimentei. O Robim, mal comparado, faz lembrar um marido fiel que numa noite foge da rotina, do conforto do lar e da companheira de muitos anos e avança à descoberta de novas emoções, rasga convenções e trilha aventuras perigosas. Depois, saciado, rabinho entre as pernas, silencioso, retorna ao lar e aos afazeres cinzentos do dia a dia, lembrando, com saudade e repetido desejo, a noite trepidante e vadia que atravessou. Quem sabe se num dia vizinho “Robim” não irá, de novo, quebrar grilhetas. O que representa o livro no contexto da minha escrita? Confesso que não tenho resposta. Eu gostei de viver a caminhada deste patife com bons modos.
2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- A soma de curiosidades: As redes sociais, marginalidades, o conhecimento do mundo portuense dos pequenos patifes. A vadiagem de muitas noites a ouvir histórias, pouco recomendáveis, na Nobre E Invicta Cidade que testemunha o Grandioso Douro na sua andada final para o mar, por onde vivi mais de vinte e cinco anos.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Já cruzei as primeiras cento e cinquenta páginas, voltei ao romance histórico, retornei ao fim da monarquia, à revolução republicana, às convulsões sociais desse tempo difícil, à fome e pequenez dos tempos conturbados que rondam as primeiras décadas do nosso século vinte. Ainda nos romances históricos; chegou ontem às livrarias o meu mais recente livro: O Regresso a Quionga.
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Mário Silva Carvalho
Robim de Campanhã, um Patife Sedutor
Poro Editora 16,60€