Manuel Vilas: um romance quase como um filho


P-O que significa o livro «E, de repente, a Alegria» no contexto da sua obra?

R-É meu último romance, quase como o meu último filho. É um romance cheio de serenidade, de sentimentos positivos. E é um romance sobre família. Em Espanha foi um sucesso. Estou feliz com este livro.

P- Depois do sucesso de “Em Tudo Havia Beleza”, foi difícil retomar a escrita? O aumento da responsabilidade após um grande livro é estimulante?
R- Eu tinha medo de decepcionar os leitores. Mas um escritor precisa escrever. Um escritor fica doente se não escreve. A responsabilidade sempre pode silenciar-te. Felizmente, não. No final das contas, a literatura sempre prevalece e continuas escrevendo. Um escritor escreve até o último segundo da sua vida.

P- Em ambos os livros há muita memória biográfica sua (e de sua família): é um caminho que continuará a percorrer?
R-Não. Este é meu último romance sobre os meus pais e a minha família. Acho que já contei tudo. Foi tudo muito natural. Agora estou noutro lugar.

P- Com esses dois romances, interrompeu a escrita da poesia ou continuou escrevendo apesar de não ter editado desde 2015?
R- Acabei de terminar um livro de poemas. A poesia está sempre presente. Mas a poesia vem quando ela quer.

P- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Um romance tendo como pano de fundo a pandemia que vivemos e continuamos a viver.

Manuel Vilas
E, de repente, a Alegria
Alfaguara  21,90€

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