Manuel S. Fonseca | O Pequeno Livro dos Grandes Insultos

1-Como surgiu a ideia de escrever este seu livro «O Pequeno Livro dos Grandes Insultos»?
R- Escrevi, por amor à fala e às palavras da amada cidade de Luanda, um Pequeno Dicionário Caluanda. Ora, depois dessa degustação tropical, veio-me aos sentidos que os sons mais bonitos e as combinações mais imaginativas, por isso mais penetrantes, são as dessa linguagem que se aventura pelos territórios do tabu, ou seja os mais obscenos palavrões, os insultos que fazem correr uma cortina de vergonha pela cara de qualquer um. Estava dado o mote para fazer um livro, ou melhor, uma declaração de amor aos grandes insultos e aos mais nobres palavrões.
 
2-Sendo um livro pequeno em tamanho, sente-se que houve um pesquisa minuciosa: o que mais o surpreendeu nesse processo?
R- Houve uma onda de amizade. As contribuições chegaram-me de todos os amigos, do recôndito Oriente ao Canadá, passando pela nobre e invicta cidade do Porto. A Guerra e Paz, todinha, e em particular a equipa editorial, deu um precioso contributo, e o miúdo malcriado que descobri ainda existir nesta minha velha carcaça, o adolescente de Luanda, santinho em casa e desbragado na rua, ressuscitou em todo o seu vernacular esplendor. Sim, também houve uns livros pelo meio.
 
3-Depois de lermos este seu livro, em que estante o devemos arrumar: junto das enciclopédias, dos livros de humor, dos livros de auto-ajuda, dos manuais de negociação ou dos livros inclassificáveis?
R- Este é um livro que nos põe a saltar o coração e nos acaricia dois bons palmos mais abaixo – a que lugar da estante é que isso corresponde? Acho que talvez seja melhor levar este livro para a mesinha de cabeceira. Afinal, está provado, o palavrão é mais do que comunicação, é um processo de interacção directa com os centros de emoção de qualquer ser humano. Uma só classificação: paixão.
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Manuel S. Fonseca
O Pequeno Livro dos Grandes Insultos
Guerra e Paz  13,50€