Manuel Jorge Marmelo | Crónicas do Autocarro

1. O que representa, no contexto da sua obra, o livro
“Crónicas do Autocarro”?
R- As “Crónicas do autocarro” mantêm poucas
relações com os meus outros livros, mesmo com o único livro de crónicas que
tinha publicado antes (Paixões & Embirrações, de 2002). Pode até dizer-se
que é quase um corpo estranho, mesmo pelo formato electrónico em que surge, e
sem qualquer edição em papel.
2. Qual ideia que esteve na origem deste livro?
R-As crónicas surgiram por acaso e quase por brincadeira,
quando há três anos e meio a empresa em que trabalhava se mudou para a Baixa do
Porto, onde é caro e difícil estacionar. Optei por me deslocar de autocarro e,
desse modo, fiquei em contacto com o mundo muito particular dos autocarros do
Porto, as histórias e as personagens que os utilizam. Logo desde a primeira
viagem, e sem ser nada planeado, comecei a escrever pequenos apontamentos de
viagem no blogue Teatro Anatómico, sem nenhuma pretensão, como um divertimento.
Mas, a dada altura, percebi que esses pequenos textos tinham um núcleo duro de
seguidores, entre os quais, para minha surpresa, estava até o Manuel António
Pina (que tanta falta nos faz). Mantive, por isso, essas croniquetas até
Outubro do ano passado, altura em que fui despedido e deixei de ter de me
deslocar para trabalhar. A edição acabou por ser uma forma de fechar esse
ciclo, embora ainda esteja a ser ponderada uma edição em papel.
3. Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Estou a escrever um novo romance, ou, ao menos, aquilo
que pode vir a sê-lo. Mas está ainda numa fase muito embrionária. Entretanto
sai este mês, pela Quatzal, a décima edição do célebre As Mulheres Deviam Vir
Com Livro de Instruções
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Manuel Jorge Marmelo
Crónicas do Autocarro
Edição do Autor, 5€ (encomende AQUI o e-book)