M. Parissy: “Uma espécie de exercício de revisão dos lugares por onde passei”
[Fotografia: Maria Olívia Santos]
1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro Incêndios de Rua?
R-Uma amostragem dos lugares por onde passei e escrevi. Observações. Ou pequenos incêndios dos olhos, faíscas. Diferente, portanto, dos livros anteriores. É um conjunto de poemas que mostram porque gosto da viagem e de versos que podem transportar para longe. É uma espécie de exercício de revisão dos lugares por onde passei.
2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-Num tempo de convalescença domiciliária, iniciado em Outubro de 2022, escutei o desafio de reler e recompor poemas. Assim, fiz. Estes são escritos desde 1988 até 2022 e em vários lugares: Óbidos, Espanha, Berlenga, Praia do Norte, Irlanda, Grécia, Albânia, Ponte de Lima, Provesende, Foz do Cobrão, S. Tomé e Príncipe, Lajes do Pico,…entre outros. Coisa que nunca tinha publicado em livro, mas sim, em revistas e na internet.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Como não sou disciplinado, nem com a escrita, nem com o tempo da escrita, nunca sei o que possa escrever. Neste momento, não escrevo. Pode ser consequência das alterações climáticas. A secura pode ser um efeito. O que pode acontecer é que nesse «futuro» caiba um livro já escrito no passado.
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M. Parissy
Incêndios de Rua
Companhia das Ilhas 16€