Pedro Leónidas: “Maior sonho? Realizar-me sem me perder”

Pedro Leónidas acaba de editar o romance “Atravessando o Areal”. Além da escrita também é músico de jazz e designer. Dedica-se à escrita sob múltiplas formas há vários anos.

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O que é para si a felicidade absoluta?
Um conceito que nos ilude acerca de anseios inalcançáveis.

Qual considera ser o seu maior feito?
Por exemplo, quando a minha mãe acabou o meu último livro com lágrimas nos olhos. Ela é uma leitora muito exigente.

Qual a sua maior extravagância?
Não sou muito extravagante, talvez um bom jantar num lugar habitualmente caro.

Que palavra ou frase mais utiliza?
Cada vez que encontro uma, dilua-a.

Qual o traço principal do seu carácter?
Compenetrado.

O seu pior defeito?
Temperamento.

Qual a sua maior mágoa?
Erros que não posso corrigir. Dor que causei a quem não merecia.

Qual o seu maior sonho?
Ser inteiramente eu. Realizar-me sem me perder.

Qual o dia mais feliz da sua vida?
Cada dia que me confirma o sentido da minha vida. Recordo por exemplo, o nascimento das minhas filhas, e outros momentos em que precisei de nada mais.

Qual a sua máxima preferida?
Creio que a máxima encontrada na maioria das religiões, e que poderia de facto, resolver quase todos os problemas do mundo.

Onde (e como) gostaria de viver?
Adoro Portugal, não me imagino fora daqui, gosto da calma do campo. Creio que cada vez mais, procuro uma vida que me roube menos tempo.

Qual a sua cor preferida?
Azul ou verde. Nunca sei.

Qual a sua flor preferida?
As que não foram arrancadas.

O animal que mais simpatia lhe merece?
Gosto do feitio independente dos gatos.

Que compositores prefere?
Sendo eu músico também, não conseguiria sequer responder dentro da minha área musical favorita que é o jazz e todos os seus sub-géneros.

Pintores de eleição?
Van Gogh, Pollock, Hopper, Klimt.

Quais são os seus escritores favoritos?
António Lobo Antunes é único na maneira como me faz sentir, também gosto muito de Javier Mariás, Chico Buarque, Clarice Lispector, Nelson Rodrigues, Agualusa, Afonso Cruz, Valter Hugo Mãe, Dulce Maria Cardoso, Ondjaki.

Quais os poetas da sua eleição?
Pessoa. Recentemente achei os poemas de Afonso Cruz de uma simplicidade tocante.

O que mais aprecia nos seus amigos?
Intimidade.

Quais são os seus heróis?
Os meus pais.

Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Sempre gostei do trágico e eloquente, de sonhadores idealistas, Cyrano, Dom Quixote por exemplo.

Qual a sua personagem histórica favorita?
Talvez a mais fascinante seja aquela que marcou a contagem do nosso calendário. Um antes e um depois na contagem do tempo.

E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Não me lembro de qualquer favoritismo, tirando um ou outro escritor ou músico que aprecio, actores também.

Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
Bondade.

E numa mulher?
O mesmo que num homem.

Que dom da natureza gostaria de possuir?
Regeneração.

Qual é para si a maior virtude?
Talvez a flexibilidade, pois é o que permite a continuidade perante aquilo que contraria.

Como gostaria de morrer?
Acho que é a ideia que mais nos aterroriza, e creio responder dentro do que é comum. Tranquilo e em paz com os outros, sem peso para os meus. Em voo como um pássaro.

Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Talvez uma mulher.

Qual é o seu lema de vida?
Vive.
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Pedro Leónidas na “Novos Livros” | Entrevistas