Lénia Rufino: O lugar das árvores tristes

R- Gostava de olhar para este livro com a ternura de quem olha para um bom começo. Tenho a certeza de que escreverei muito mais coisas no futuro, algumas completamente diferentes deste livro, mas sei que esta foi a história que quis contar e que o fiz com a maior honestidade e entrega.

R- Este livro partiu de uma das minhas primeiras memórias de infância: a do primeiro funeral a que assisti. Nunca esqueci aquele funeral, foi uma coisa que me ficou gravada e que conto no livro exactamente como a recordo. O livro não é de todo autobiográfico, nem a acção principal é baseada em factos reais. É ficção, mas usei imensos detalhes verdadeiros, sejam espaços, sejam acontecimentos que vivi na minha infância e adolescência, no Alentejo. A partir desse funeral criei uma personagem que se sente em paz num cemitério e toda a história parte deste lugar.

R- Já tenho várias coisas começadas, mas não sei se todas terão potencial para se transformarem em livros. Sei que a história que contarei a seguir vai ser em tudo diferente desta, quero deixar as fronteiras daquela aldeia e partir para destinos diferentes. A verdade é que estou sempre a escrever várias coisas e já me aconteceu sentir que alguns contos que escrevi têm muito mais a dizer do que as duas páginas em que estão escritos. Sinto que agora é tempo de pegar em tudo o que está começado e sentir o pulso a cada história, para perceber qual o caminho por onde quero ir.
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Lénia Rufino
O Lugar das Árvores Tristes
Manuscrito  14,90€