Julieta Almeida Rodrigues: “Conhecer é amar”

Julieta Almeida Rodrigues acaba de editar o seu primeiro romance Leonor e José. Uma autora nova no panorama da literatura portuguesa fala um pouco mais sobre si.
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O que é para si a felicidade absoluta?
Ter um dia completamente só para mim, fazer o que me apetece!

Qual considera ser o seu maior feito?
Tenho diversos ao longo dos anos. A vida é uma caminhada, vai-se construindo. A melhor das vidas é aquela que escolhemos, que projetamos, que examinamos.

Qual a sua maior extravagância?
Estar apenas com quem gosto e com quem gosta de mim. Pratico diariamente, é como fazer exercício.

Que palavra ou frase mais utiliza?
Silêncio, por favor! Eu vivo com as minhas personagens, estamos em diálogo permanente. Todo o barulho me perturba.

Qual o traço principal do seu carácter?
A determinação.

O seu pior defeito?
Isso já é querer saber muito!

Qual a sua maior mágoa?
Não digo, pode dar azar!

Qual o seu maior sonho?
Também não digo, senão não se realiza.

Qual o dia mais feliz da sua vida?
Ainda no outro dia pensei nisso! Foi no Bairro Alto, dançámos até às 6 da manhã, saímos do recinto com o nascer do sol.  

Qual a sua máxima preferida?
Não tenho máximas.

Onde (e como) gostaria de viver?
Tenho a sorte de viver onde e como gosto.

Qual a sua cor preferida?
O vermelho.

Qual a sua flor preferida?
O jasmim.

O animal que mais simpatia lhe merece?
O olhar dos cães que já tive, aquilo é outra dimensão!

Que compositores prefere?
Mozart.

Pintores de eleição?
Goya.

Quais são os seus escritores favoritos?
Pergunta impossível de responder, nunca mais daqui saía. Tinha que explicar a razão de cada escolha.

Quais os poetas da sua eleição?
Sophia de Mello Breyner. Aplicar o acordo ortográfico à sua escrita foi um crime.  

O que mais aprecia nos seus amigos?
A companhia, a presença.

Quais são os seus heróis?
Não tenho heróis, nem heroínas. Não servem para nada. O desenvolvimento do ser humano é interior, vem de dentro. Não vem de cima.

Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Aqueles que criei nos diversos livros que escrevi. Gosto muito dos personagens dos meus dois livros de contos. O conto é a minha forma literária preferida, limita-se ao essencial.

Qual a sua personagem histórica favorita?
Thomas Jefferson. Sei tanto sobre ele que me poderia apaixonar. Conhecer é amar.

E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Que curiosidade doentia…

Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
Inteligência, humor, leveza.

E numa mulher?
As mesmas, no feminino.

Que dom da natureza gostaria de possuir?
Mudar de cor todos os dias. A variedade do verde na natureza é brutal, infinita!

O que é para si o cúmulo da miséria?
Ser chato ou chata, é o pior dos destinos!

Quais as falhas para que tem maior indulgência?
Quando alguém se engana sem querer.

Qual é para si a maior virtude?
Ser virtuoso ou virtuosa, implica trabalho e esforço.

Como gostaria de morrer?
Pelas minhas próprias mãos.

Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Eu própria, mas num contexto infantil característico de uma sociedade aberta. As freiras onde fui educada quase deram cabo de mim!

Qual é o seu lema de vida?
Viver, deixar viver.

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Julieta Almeida Rodrigues na “Novos Livros” | Entrevistas