Jorge Reis-Sá: “Os clubes que não são grandes são mais próximos da grandeza da alma de cada um de nós”

1-Qual a ideia que esteve na origem deste seu livro «Campo dos Bargos. O Futebol ou a Recuperação Semanal da Infância»?
R- A ideia inicial foi de pensar o “campo da bola” e as figuras que o envolvem. Não só os intervenientes, mas também os adeptos e os que fazem o domingo de jogo. Essa ideia – também devido à pandemia e às restrições impostas no público, acabou por derivar num texto com uma base mais memorialista – ainda que depois seguisse o rumo dos que fazem o jogo e o campo onde se joga.

2-Como podemos descrever este outro mundo do futebol fora dos grandes clubes e dos grandes estádios?
R- Clubes que se dizem grandes só há três, e têm uma importância desproporcional em relação aos restantes. Uma pena. Deveriam ser estes as excepções e não os que define como “outro mundo”. Mas vive-se melhor, se é isso que pergunta. Vive-se mais perto e com mais intensidade. Porque se vive no campo e não aos impropérios em frente a uma televisão ou nas redes sociais. Os clubes que não são grandes são mais próximos da grandeza da alma de cada um de nós.

3-Pelas memórias, pelas experiências e pelas vivências, este livro é a prova de que o futebol é mesmo muito mais do que um jogo?
R- Falo em causa própria, mas diria que sim. O futebol é hoje uma indústria enorme, que movimento milhões e milhões. E, por outro lado, uma das coisas mais íntimas que podemos pensar. É mais do que um jogo tanto na vertente efectiva como afectiva. É um espelho humano.
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Jorge Reis-Sá
Campo dos Bargos. O Futebol ou a Recuperação Semanal da Infância
FFMS  3,50€

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