João Tordo | As Três Vidas
2- Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- Uma frase que li num livro do Javier Cercas, que diz qualquer coisa como: “foi neste estado de funambulismo que me encontrei naqueles dias…”, ou assim. A palavra atraiu-me imenso: funambulismo. Fui à procura dos funâmbulos, descobri-os, quis escrever um romance sobre caminhar na corda bamba. Ao mesmo tempo, andava fascinado com a ideia de um casarão no meio do campo onde se passassem coisas misteriosas e obscuras, muito ao jeito de um conto do Poe. Misturei as duas coisas na centrifugadora da minha cabeça e acabei com este romance, que inclui um velho enigmático chamado António Augusto Millhouse Pascal, três netos rebeldes, a violência da guerra e uma viagem pessoal à descoberta de todos os mistérios deste mundo.
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- É difícil dizer concretamente. Estou na fase de ebulição, isto é, a misturar várias ideias para ver se funcionam. Há para aqui algures uma cabana perdida num bosque. E digamos que vi recentemente um documentário sobre os Beatles que me fascinou. Também ando a pensar muito no tema da amizade. Veremos. Ainda é cedo.
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João Tordo
As Três Vidas
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