João Reis | A Devastação do Silêncio
1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «A Devastação do Silêncio»?
R- «A Devastação do Silêncio» é de extrema relevância na minha obra, pois trata-se do meu terceiro romance e, portanto, conjuga um pouco dos mundos (muito diferentes entre si) dos dois livros que o antecederam, sobretudo a nível estilístico. Embora se aproxime mais do meu primeiro romance, «A Noiva do Tradutor», apresenta um estilo característico e mais contido, de forma a cumprir o meu objetivo de criar uma voz diferente para cada um dos meus narradores-protagonistas. Pretendo recriar-me em cada livro e não escrever sempre «o mesmo romance» sem, contudo, perder as minhas particularidades de escrita, algo que penso ter alcançado com este livro. Por outro lado, a Primeira Guerra Mundial é um dos meus fetiches literários e históricos e este romance é, em certa medida, uma obra que muito maturou na minha mente, sendo crucial para o meu desenvolvimento literário.
R- «A Devastação do Silêncio» é de extrema relevância na minha obra, pois trata-se do meu terceiro romance e, portanto, conjuga um pouco dos mundos (muito diferentes entre si) dos dois livros que o antecederam, sobretudo a nível estilístico. Embora se aproxime mais do meu primeiro romance, «A Noiva do Tradutor», apresenta um estilo característico e mais contido, de forma a cumprir o meu objetivo de criar uma voz diferente para cada um dos meus narradores-protagonistas. Pretendo recriar-me em cada livro e não escrever sempre «o mesmo romance» sem, contudo, perder as minhas particularidades de escrita, algo que penso ter alcançado com este livro. Por outro lado, a Primeira Guerra Mundial é um dos meus fetiches literários e históricos e este romance é, em certa medida, uma obra que muito maturou na minha mente, sendo crucial para o meu desenvolvimento literário.
2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- A ideia para escrever este livro resultou invariavelmente pelo interesse que nutro pelo tema e pela época (fim da Belle Époque, etc.). Conquanto seja ficcional, procedi a muitas pesquisas com o intuito de criar o ambiente sórdido e ao mesmo tempo surreal dos campos de prisioneiros da Primeira Guerra. Um dos elementos que promove o avanço narrativo – o da gravação de voz dos soldados aprisionados – tem por base, curiosamente, um facto verídico, pois existiu de facto uma comissão de cientistas alemães que estudou as centenas de línguas faladas pelos prisioneiros dos alemães na Grande Guerra, e a primeira gravação de voz de um português não profissional (de um não cantor) parece ser a de um soldado do CEP.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- De momento, estou a tentar terminar um romance cuja ação decorre no século XVI. É um romance pícaro narrado pelo assistente de uma figura histórica muito conhecida dos portugueses. Pretendo também terminar um romance iniciado quando de uma residência literária em Seul e cuja trama se desenvolve em redor de um escritor na Coreia.
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João Reis
A Devastação do Silêncio
Elsinore 16,59€