João Pedro Marques: “O regresso ao romance histórico puro e duro”

1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Até ao Fim da Terra»?
R-Representa, desde logo, o regresso ao romance histórico puro e duro. Os dois livros anteriores, sobretudo o anterior — «O Prazer de Guiar» — fugiam a esse género e a esse espartilho. Com este «Até ao Fim da Terra» quis voltar a pôr os meus leitores dentro da nossa História, no caso, a da época de Napoleão e a das suas agressões

2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-Comecei por escolher um grande acontecimento — as Guerras Napoleónicas — e, depois, tratei de imaginar uma história que fosse compatível e coerente com esse tempo. Essa história sublinha a importância do amor como uma primeira âncora num mundo em constante tumulto e, também, como segunda âncora, o valor da palavra dada por noção de honra e sentido de responsabilidade. Ainda que se passe em tempo de guerra, o livro é, acima de tudo, sobre uma promessa. Escrevi-o na esperança de que a vida e o destino dos personagens viesse a interessar os leitores, que aqui e ali os comovesse, e que, acessoriamente, o livro lhes desse uma boa ideia do que terá sido viver numa Europa em guerra, uma guerra tão feroz e tão disseminada que poderíamos, com propriedade, chamar-lhe a 1ª Guerra Mundial.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Estou a escrever um novo romance histórico, cujo titulo será, muito provavelmente «Haiti», e que se passa na época da Revolução Francesa e da grande revolta de escravos que ocorreu em 1791 na então colónia francesa de Saint-Domingue, e que viria a estar na origem da independência dessa colónia, em 1804, e desse novo país — o Haiti — que ainda hoje carrega o fardo desses trágicos anos de convulsão geral.
__________
João Pedro Marques
Até ao Fim da Terra
Porto Editora  17,75€

João Pedro Marques na “Novos Livros” | Entrevistas

COMPRAR O LIVRO