J. Rentes de Carvalho | Montedor
1- O que representa, no contexto da sua obra o livro “Montedor”?
R- Para ser franco devo dizer que não é pergunta que a mim mesmo faça. O que um livro pode ou não representar no contexto da obra de um escritor talvez seja interessante para os académicos que estudam Literatura. Para mim não é. De facto essa pergunta seria melhor dirigida aos eventuais
leitores do que ao autor. Como primeiro romance meu editado, “Montedor” foi
apenas isso: um primeiro passo, nada dizendo do muito que eu tinha escrito
antes, nem da eventual qualidade do que desde então tenho escrito.
leitores do que ao autor. Como primeiro romance meu editado, “Montedor” foi
apenas isso: um primeiro passo, nada dizendo do muito que eu tinha escrito
antes, nem da eventual qualidade do que desde então tenho escrito.
2- Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-Não propriamente uma ideia, mas um conjunto de observações sobre a sociedade portuguesa nos anos cinquenta e o ambiente das aldeias da fronteira do Minho nessa altura, que não era apenas de pobreza, opressão e desespero, mas de uma quase total inexistência de esperança, uma situação que
tinha o sonho como única possibilidade de escape. Infelizmente, o sonho nada resolve.
tinha o sonho como única possibilidade de escape. Infelizmente, o sonho nada resolve.
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-A minha idade poderia ser bom argumento, e desculpa válida, para não falar do que de momento escrevo. Mas o caso não é esse, sim que me parece estranho estar a vender a carne do javali ainda antes de ter ido à caça. Há ainda a minha queda para a superstição, o temor de que falando do que está por fazer me arrisco a que um outro me deite mau olhado e impeça de continuar a escrita.
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J. Rentes de Carvalho
Montedor
Quetzal, 14,40€