Isabel Valadão | O Tempo do Imbondeiro

1- O que representa, no contexto da sua obra o livro “A Sombra do Imbondeiro”? 
R-Este é um livro de memórias em jeito de autobiografia – são estórias quase confidenciais, de testemunhos pessoais e vivenciais, de recordações felizes que perduraram até hoje. É o relato de uma viagem e da subsequente “aventura” que vivi em terras africanas, a Angola das terras vermelhas e dos ocasos em fogo, essa terra mágica e misteriosa que me marcou para sempre. Mas é, igualmente, uma sentida homenagem a meus pais, que me permitiram ter vivido esta aventura – e a todos os que, como eu, tiveram o privilégio de pisar a terra angolana e que certamente se identificarão com muitos dos factos, experiências e situações que este livro descreve e recorda. 
2- Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-A ideia base surgiu-me depois do desaparecimento físico de meus pais, mas o meu principal objectivo foi o de deixar o meu testemunho, como parte de um legado, para que as gerações futuras saibam quem foram os portugueses que protagonizaram essa grandiosa diáspora de Portugal no mundo e, particularmente, em África. Ao escrevê-lo tive, para além de tudo o mais, o prazer de reviver esses tempos, desfrutando da verdade da frase “recordar é viver novamente”. 
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Estou actualmente a trabalhar num romance histórico, que será uma sequela do meu primeiro livro, editado pela Bertrand, «Loanda – Escravas, Donas e Senhoras», e que terá como pano de fundo novamente a cidade de Luanda mas, desta vez, com a acção a desenrolar-se no século XIX. 
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Isabel Valadão
A Sombra do Imbondeiro
Bertrand Editora, 16,60€