Isabel Valadão | O Rio das Pérolas
1- O que representa, no contexto da sua obra o livro “O Rio
das Pérolas”?
das Pérolas”?
R – O Rio das Pérolas é um romance que nasce da minha passagem por Macau há
muito tempo, durante alguns anos. Quis, sobretudo, sair por um instante de
Angola, mas sem a esquecer. Fiz uma investigação por papelada antiga e
encontrei aquilo que foi o suficiente para o escrever. É, portanto, um romance
histórico porque retrata uma época, uma brevíssima passagem no tempo, um drama
certamente mas, sobretudo, uma história que não é original naquelas paragens
por onde a mulher está ainda longe, mesmo nos nossos dias, de atingir uma
maioridade plena. Ao criar os personagens da minha história recordei-me de
gente que conheci, famosa, notável – ou nem por isso. Nenhuma é real e, no
entanto, existiram todas porque por toda a parte há gente com os mesmos
problemas, as mesmas certezas e as mesmas dúvidas…
muito tempo, durante alguns anos. Quis, sobretudo, sair por um instante de
Angola, mas sem a esquecer. Fiz uma investigação por papelada antiga e
encontrei aquilo que foi o suficiente para o escrever. É, portanto, um romance
histórico porque retrata uma época, uma brevíssima passagem no tempo, um drama
certamente mas, sobretudo, uma história que não é original naquelas paragens
por onde a mulher está ainda longe, mesmo nos nossos dias, de atingir uma
maioridade plena. Ao criar os personagens da minha história recordei-me de
gente que conheci, famosa, notável – ou nem por isso. Nenhuma é real e, no
entanto, existiram todas porque por toda a parte há gente com os mesmos
problemas, as mesmas certezas e as mesmas dúvidas…
2- Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R – A ideia é sempre a de uma figura feminina que sobressai, que se projeta
para além de si própria, que permanece na memória das pessoas para lá do seu
tempo. Encaixar essa figura feminina nas coordenadas que resultam da minha
vivência durante esses anos no Território sob administração portuguesa, em
instituições, lugares e momentos foi o menos fácil mas proporcionou-me um
enorme prazer, como escritora, criar personagens semelhantes nas ansiedades e
nos afectos, nas dificuldades e na vida, de uma maneira geral, às da vida real,
quase palpáveis, quase reais…
para além de si própria, que permanece na memória das pessoas para lá do seu
tempo. Encaixar essa figura feminina nas coordenadas que resultam da minha
vivência durante esses anos no Território sob administração portuguesa, em
instituições, lugares e momentos foi o menos fácil mas proporcionou-me um
enorme prazer, como escritora, criar personagens semelhantes nas ansiedades e
nos afectos, nas dificuldades e na vida, de uma maneira geral, às da vida real,
quase palpáveis, quase reais…
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R – Estou a preparar dois romances. Num deles voltarei a África, sempre a
África dos meus amores. No outro, seguramente voltarei ao Oriente, uma sequela
d’«O Rio das Pérolas». Muito ficou por dizer sobre Macau e os seus mistérios.
África dos meus amores. No outro, seguramente voltarei ao Oriente, uma sequela
d’«O Rio das Pérolas». Muito ficou por dizer sobre Macau e os seus mistérios.
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Isabel Valadão
O Rio das Pérolas
Bertrand, 16,60€