Hino à amizade
O
nome de Catherine Ryan Hyde talvez, num primeiro momento, não seja logo
identificado pelo grande público. Mas se se referir “Favores em Cadeia” – o
filme de Mimi Leder que contou nos principais papéis com interpretações de
Helen Hunt, Kevin Spacey e Haley Joel Osment – com certeza muita gente se
lembrará. Pois bem, o filme é baseado na obra da autora com o mesmo título.
nome de Catherine Ryan Hyde talvez, num primeiro momento, não seja logo
identificado pelo grande público. Mas se se referir “Favores em Cadeia” – o
filme de Mimi Leder que contou nos principais papéis com interpretações de
Helen Hunt, Kevin Spacey e Haley Joel Osment – com certeza muita gente se
lembrará. Pois bem, o filme é baseado na obra da autora com o mesmo título.
Vem
isto a propósito de um livro cuja tradução portuguesa chegou às livrarias nos
últimos meses do ano passado: “Não Deixes que me Levem”.
isto a propósito de um livro cuja tradução portuguesa chegou às livrarias nos
últimos meses do ano passado: “Não Deixes que me Levem”.
O
título não é muito sugestivo e, embora seja fiel ao tema central da ficção,
está longe de convocar o leitor para a intensa história sobre a amizade em que
vai mergulhar… avidamente até ao fim.
título não é muito sugestivo e, embora seja fiel ao tema central da ficção,
está longe de convocar o leitor para a intensa história sobre a amizade em que
vai mergulhar… avidamente até ao fim.
Há
muitas obras sobre o poder redentor da amizade, algumas das quais se contam já
entre os clássicos da literatura mundial. Mas recentemente poucos terão ficado
tão próximo do ideal ambicionado.
muitas obras sobre o poder redentor da amizade, algumas das quais se contam já
entre os clássicos da literatura mundial. Mas recentemente poucos terão ficado
tão próximo do ideal ambicionado.
A
trama de “Não Deixes que me Levem” resume-se em poucas palavras: Grace, uma
estranha criança de dez anos, é filha de uma toxicodependente e vive no
permanente sobressalto de ser retirada à mãe pelos serviços de segurança
social. Até aqui nada de novo. Que esta família monoparental vive numa zona
complicada também é comum, bem como a coleção de inadaptados que habita o mesmo
prédio, pessoas com uma vida difícil onde se cruzam o medo social, o racismo,
infâncias complicadas, desilusão, desesperança, solidão – muita solidão.
trama de “Não Deixes que me Levem” resume-se em poucas palavras: Grace, uma
estranha criança de dez anos, é filha de uma toxicodependente e vive no
permanente sobressalto de ser retirada à mãe pelos serviços de segurança
social. Até aqui nada de novo. Que esta família monoparental vive numa zona
complicada também é comum, bem como a coleção de inadaptados que habita o mesmo
prédio, pessoas com uma vida difícil onde se cruzam o medo social, o racismo,
infâncias complicadas, desilusão, desesperança, solidão – muita solidão.
O
interesse da obra resulta da mestria com que Catherine Ryan Hyde vai juntar
estas vidas solitárias em defesa de um objetivo comum: salvar Grace.
interesse da obra resulta da mestria com que Catherine Ryan Hyde vai juntar
estas vidas solitárias em defesa de um objetivo comum: salvar Grace.
A
forma delicada como a pouco e pouco a menina entra no quotidiano dos vizinhos e
arrebata os seus corações, lhes modifica a rotina e se torna indispensável nas
suas vidas, é narrada com subtileza e enorme contenção. Mais do que isso, a
protecção de Grace provoca uma revolução no prédio: indivíduos que durante anos
partilharam um espaço comum sem se conhecerem ou sequer falar, descobrem-se
mutuamente. E gostam.
forma delicada como a pouco e pouco a menina entra no quotidiano dos vizinhos e
arrebata os seus corações, lhes modifica a rotina e se torna indispensável nas
suas vidas, é narrada com subtileza e enorme contenção. Mais do que isso, a
protecção de Grace provoca uma revolução no prédio: indivíduos que durante anos
partilharam um espaço comum sem se conhecerem ou sequer falar, descobrem-se
mutuamente. E gostam.
A
autora consegue a proeza de despertar a emoção no leitor evitando o recurso a
sentimentalismos primários, numa narrativa alegre e bem estruturada. Para quem
não conhece Catherine Ryan Hyde,“Não Deixes que me Levem” é uma revelação. Vale
a pena ler.
autora consegue a proeza de despertar a emoção no leitor evitando o recurso a
sentimentalismos primários, numa narrativa alegre e bem estruturada. Para quem
não conhece Catherine Ryan Hyde,“Não Deixes que me Levem” é uma revelação. Vale
a pena ler.
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Catherine
Ryan Hyde
Ryan Hyde
Não Deixes que me Levem
Publicações
Europa-América, 22.26€
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