Henrique Raposo | Portugal do Avesso
1- De que trata este seu livro “Portugal do Avesso”?
R: É uma selecção das crónicas do Expresso. As crónicas estão ordenadas não por ordem cronológica, mas sim por ordem – digamos – narrativa. As três partes do livro procuram ser uma História do Presente de Portugal. Primeira parte: “a montante da falência financeira: a crise moral”. Segunda parte: “a cronologia do socratismo: o colapso de um modelo”. Terceira parte: “a caminho da redenção”. Sim, redenção. Entre outras coisas, as eleições de 2011 abriram espaço para o primeiro governo de coligação à esquerda, um passo fundamental para a normalização da nossa democracia.
2- De forma resumida, qual a principal ideia que espera conseguir transmitir aos seus leitores?
R: Sim, é preciso criticar o regime e os seus actores. Sim, é preciso apontar o dedo à falência das instituições. Mas também é preciso recordar uma coisa: Portugal não é o Burundi. Estamos demasiado presos às narrativas queirosianas. Neste sentido, este “Portugal do Avesso” quer dizer o seguinte: é preciso virar do avesso as narrativas da choldra, relembrando que Portugal foi um dos países que mais evoluiu entre 1950 e 2000. Um exemplo: as crises dos anos 80 foram mais duras do que esta.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R: Estou a escrever uma biografia intelectual de uma figura portuguesa fundamental para a compreensão do ambiente político e intelectual desta III República.
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Henrique Raposo
Portugal do Avesso
Quetzal, 14,50€
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