Guilherme Pires | ELSINORE: “AUTORES QUE URGE DESCOBRIR”

1-Como descreve o projecto editorial que está na génese da
Elsinore?
R-Na génese da Elsinore está a convicção de que existe lugar no meio editorial
português para uma editora literária de qualidade, cujo fio-de-prumo é a
publicação de títulos que são referências e autores que urge descobrir. A
Elsinore é a mais recente chancela da 20|20 Editora, um dos grupos editoriais
portugueses mais jovens (temos apenas seis anos), porém extremamente ambicioso
e com um percurso de crescinto constante e êxitos sucessivos. Somos já uma
das cinco maiores editoras generalistas portuguesas, no conjunto das cinco
chancelas que compõem a nossa estrutura: Booksmile (livros para crianças),
Vogais (não-ficção comercial generalista), Nascente (espiritualidades e
autoajuda), Topseller (ficção comercial) e, claro, Elsinore (ficção e
não-ficção literárias).
2-Em termos de géneros ou áreas temáticas, quais vão ser as principais apostas
da editora?
R-A Elsinore não tem fronteiras de género, região, época ou tema. Publicaremos
sempre livros que consideremos relevantes, de qualidade literária inatacável;
publicaremos autores novos, promissores, e escritores de carreira já firmada
cuja obra precise de chegar aos leitores portugueses; publicaremos tanto em
ficção como em não-ficção. Nestes primeiros sete meses da vida da Elsinore
publicámos desde autores novos e promissores até escritores premiados com o
Nobel da Literatura. Entre os primeiros estão Andrés Barba, considerado pela
Granta como um dos melhores ficcionistas contemporâneos em língua espanhola,
com o livro Na Presença de Um Palhaço; Atticus Lish, com o elogiadíssimo
Preparação para a Próxima Vida; ou Phil Klay, com Desmobilizados, uma estreia
que recebeu críticas positivas unânimes e venceu o National Book Award. No segundo
caso, orgulhamo-nos de ter já duas autoras Nobel da Literatura: Pearl S. Buck,
cujo livro, A Eterna Demanda, inaugurou o nosso catálogo; e Svetlana
Alexievich, que recebeu ontem esta distinção, cuja obra-prima, Vozes de
Chernobyl
, publicaremos em 2016.
3-Para os próximos meses, que títulos ou autores têm em carteira para
surpreender e conquistar os leitores portugueses?
R-Ainda é cedo para anunciar as novidades da Elsinore para 2016; contudo,
podemos avançar já dois ou três destaques. Como já referi, publicaremos Vozes
de Chernobyl
, a obra-prima de Svetlana Alexievich, Prémio Nobel da Literatura
2015; editaremos Depois do Fim, uma obra que terá tudo para se tornar um livro
de referência no campo da História dos conflitos armados, escrita por Paulo
Moura, um dos melhores jornalistas portugueses, cujo trabalho é consensualmente
considerado como importantíssimo para o jornalismo literário português,
especialmente na cobertura das guerras do final do século xx e princípio do
século xxi. Publicaremos também um romance extremamente desafiante e que foi
elogiadíssimo pelos críticos mais exigentes, como James Woods: Uma Rapariga é Uma
Coisa Inacabada
, obra da irlandesa Eimear McBride, que será, estamos convictos,
uma das autoras europeias mais importantes das próximas décadas. Daremos também
seguimento à publicação da obra de J. G. Ballard, com a edição de Crash, uma
das suas obras-primas.
________________________________________________________________
www.elsinore.pt