Frederico d’Orey: “Tentar compreender o que se passa na cabeça de uma dessas pequenas vítimas da barbárie dos déspotas”

1-“Nascido de Ninguém” é o seu primeiro romance: como espera poder olhar para ele daqui a 20 anos?
R-O tema que abordo no meu romance, embora ocorra no decurso da 2ª grande guerra mundial, toca fundo nas feridas da atualidade. Hoje estamos a produzir inúmeros “Nascidos de ninguém”, veja-se o caso da agressão da Russia à Ucrânia. Uma invasão brutal que deixará sequelas e traumas a milhares de crianças. Os conflitos injustificáveis, infelizmente, não parecem estar a abrandar no mundo. Pelo contrário, estão a bater-nos à porta de casa de forma avassaladora. Pessoalmente, acredito que o meu livro estará tão atual daqui a vinte anos, como hoje, e os heróis que descrevo nesse ambiente hostil, continuarão a cumprir a sua missão e a trazer esperança e humanidade ao mundo. Sim os anjos existem, não estão no céu, pois é na terra que eles são necessários.

2-Qual a ideia que esteve na sua origem?
R-O desejo meu e da minha mulher em adotar uma criança ucraniana, tentar compreender o que se passa na cabeça de uma dessas pequenas vítimas da barbárie dos déspotas. Por outro lado, a história das crianças austríacas que vieram para Portugal após a 2ª guerra mundial foram recebidas com grande amor no seio de famílias do nosso país. Ainda hoje, embora estas crianças, na sua maioria retornasse à Áustria e as suas famílias de origem, os laços afetivos mantiveram-se emocionalmente fortes. Tenho orgulho em ser Português pelo bem que fizemos.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Estou profundamente empenhado em descobrir as origens do mal, combater por palavras, estas causas, denunciando comportamentos que levam à violência, propor redenção e mudança. A natureza humana, a identidade individual e de grupo, são temas que me interessam.
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Frederico d’Orey
Nascido de Ninguém
Guerra e Paz   15€

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