Filipa Martins | Mustang Branco

      (Foto: Pedro Campos)
1- O que representa, no contexto da sua obra o livro
“Mustang Branco”?
R-“Mustang Branco” representa uma mudança de olhar: O
narrador tornou-se personagem. Representa ainda uma mudança de época: a
actualidade tomou conta da trama. Representa, também, uma mudança de
perspectiva: os factos são contados no feminino de forma crua e elegante,
combatendo o preconceito de que a escrita no feminino é feita a partir de
tules, alcofas e sentimentalismo.  2- Qual a ideia que esteve na origem deste livro?

R-Parti de um aforismo – “raramente nos encontramos no dia a que chamamos
o dia de hoje” – para escrever um livro sobre recomeços.3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-A minha obra só existe no contacto com o exterior, como se
o latente necessitasse do dia-a-dia para se tornar literatura. Assim, sei que
preciso de não escrever para poder escrever. Nos intervalos estou a observar, a
assimilar, a compreender e a intelectualizar a realidade e a ficcionar. Sou
obcecada pelo detalhe e pelo invisível, mas tangível. Aí está a minha matéria
prima. Por norma, escrevo rápido, após o tiro de partida. Isto porque o
trabalho de recolha sensorial já foi feito.
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Filipa Martins
Mustang Branco
Quetzal, 16,60€