A Europa ao alcance da mão
É um livro de professor para o aluno que pode ser o grande público. Poderia dizer-se que é uma obra de síntese, uma espécie de compêndio em época avessa a esta opção, preferindo-se por aí o conhecimento adquirido ao acaso, aos bocados. Fica no desconhecimento, com este método desorganizado, uma boa parte de dados importantes em benefício do acessório.
Considere-se a Europa este ponto de chegada, sob a forma de União Europeia, e que ameaça não ser um ponto de continuação. Como chegámos aqui, o que fez de nós esta amálgama do presente, esta mescla de herdeiros de tradições tão diferentes mas com tanto de comum, na cultura, na política, na religião, na economia, por fim?
A propósito dessa comunhão, na vertente cultural, por exemplo, o autor socorre-se de uma fórmula que reconhece clássica para chegar a “algumas das mais importantes raízes históricas da Europa de hoje”: Europa = cultura grega + direito romano + religião cristã.
E é a partir deste postulado que disserta sobre a História europeia, do povoamento humano do continente às sociedades nacionais europeias, passando pela revolução urbana e a descoberta do Mediterrâneo, a cultura grega clássica, o Império Romano e o direito que o cimentava.
Um percurso muito sintético, bem gerido, suficientemente explicativo, abrindo mesmo campo à colocação de uma fórmula alternativa para o enraizamento cultural europeu: Europa = crescimento económico moderno + sociedades nacionais + cultura laica. Uma forma de “sublinhar as inovações que os desenvolvimentos da segunda metade do segundo milénio trouxeram à vida europeia”.
Abundam, claro, as referências económicas ao desenvolvimento conseguido pela sociedade europeia ao longo dos séculos (ou não viesse o autor da área do ensino da economia a nível universitário), e particularmente no que respeita à história da construção europeia.
E assim ele chega ao que com certeza é a razão maior da obra: os tempos que correm, os debates do poder supra-nacional, da organização, a construção de uma unidade, particularmente ao longo do último meio século, no embalo do “segundo pós-guerra do século XX”. Desfilam as estruturas primordiais, os tratados, as reformas diversas, a união monetária, por fim.
A terminar, vaticina que a afirmação da Europa perante o resto do mundo, “e mesmo o controlo pela Europa do seu destino, face à influência que sobre ela possa exercer o resto do Mundo, dependerão crucialmente, ao longo do século XXI, da capacidade para realizar a construção de uma Europa que, para utilizar uma vez mais a divisa informal da União Europeia, esteja ‘unida na diversidade’”.
Anexos sobre os países e territórios da Europa, uma cronologia do processo de construção europeia e a listagem de organizações relacionadas com esse processo, órgãos da União Europeia, e países e territórios ultramarinos associados à União Europeia enriquecem a obra e dão-lhe um ainda maior alcance prático e de consulta. Além de uma bibliografia que permite ir mais além.
Considere-se a Europa este ponto de chegada, sob a forma de União Europeia, e que ameaça não ser um ponto de continuação. Como chegámos aqui, o que fez de nós esta amálgama do presente, esta mescla de herdeiros de tradições tão diferentes mas com tanto de comum, na cultura, na política, na religião, na economia, por fim?
A propósito dessa comunhão, na vertente cultural, por exemplo, o autor socorre-se de uma fórmula que reconhece clássica para chegar a “algumas das mais importantes raízes históricas da Europa de hoje”: Europa = cultura grega + direito romano + religião cristã.
E é a partir deste postulado que disserta sobre a História europeia, do povoamento humano do continente às sociedades nacionais europeias, passando pela revolução urbana e a descoberta do Mediterrâneo, a cultura grega clássica, o Império Romano e o direito que o cimentava.
Um percurso muito sintético, bem gerido, suficientemente explicativo, abrindo mesmo campo à colocação de uma fórmula alternativa para o enraizamento cultural europeu: Europa = crescimento económico moderno + sociedades nacionais + cultura laica. Uma forma de “sublinhar as inovações que os desenvolvimentos da segunda metade do segundo milénio trouxeram à vida europeia”.
Abundam, claro, as referências económicas ao desenvolvimento conseguido pela sociedade europeia ao longo dos séculos (ou não viesse o autor da área do ensino da economia a nível universitário), e particularmente no que respeita à história da construção europeia.
E assim ele chega ao que com certeza é a razão maior da obra: os tempos que correm, os debates do poder supra-nacional, da organização, a construção de uma unidade, particularmente ao longo do último meio século, no embalo do “segundo pós-guerra do século XX”. Desfilam as estruturas primordiais, os tratados, as reformas diversas, a união monetária, por fim.
A terminar, vaticina que a afirmação da Europa perante o resto do mundo, “e mesmo o controlo pela Europa do seu destino, face à influência que sobre ela possa exercer o resto do Mundo, dependerão crucialmente, ao longo do século XXI, da capacidade para realizar a construção de uma Europa que, para utilizar uma vez mais a divisa informal da União Europeia, esteja ‘unida na diversidade’”.
Anexos sobre os países e territórios da Europa, uma cronologia do processo de construção europeia e a listagem de organizações relacionadas com esse processo, órgãos da União Europeia, e países e territórios ultramarinos associados à União Europeia enriquecem a obra e dão-lhe um ainda maior alcance prático e de consulta. Além de uma bibliografia que permite ir mais além.
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Nuno Valério
História da União Europeia
Editorial Presença, 16,15 €