Entre magia e fantasmas
Seguindo um filão que parece ter vindo para ficar, “Ex Machina” continua a saga iniciada em “O Perito”, livro que marcou a estreia literária de Robert Finn e foi apresentado como sendo «melhor do que “O Código da Vinci” e que “A Regra de Quatro”», nas palavras de Andrew Taylor (autor de “The American Boy”) que a editora imprimiu nas capas de ambas as obras.
Afirmá-lo é, no mínimo, um exagero. Dentro do género, o livro tem uma trama bem urdida, intensa, com algumas boas soluções, e é capaz de prender o leitor ao longo das suas três centenas e meia de páginas. Mas não mais do que isso.
David Braun e Susan Milton, o perito de seguros e a historiadora que enchem as páginas de “O Perito”, são agora jogados para um plano muito secundário, abrindo alas a Jo Hallett, investigadora da área informática que se junta à equipa do professor Shaw e revoluciona a luta contra a violenta seita com poderes sobre-humanos que disputa com o pequeno grupo de académicos a procura do famoso marcador, objecto de culto que já absorveu o enredo do primeiro livro e continua a ser o objectivo principal desta sequela.
Jo é uma jovem complexada, depressiva e carente, com um percurso de vida difícil e um comportamento algo desviante que não faz jus à sua inteligência e formação académica. Ao envolver-se sorrateiramente nas actividades paranormais da equipa do professor Shaw, tentando sozinha dominar as “superfícies” mágicas, acaba mentalmente aprisionada e vítima de uma profunda alteração de personalidade. Vencer os “adeptos” e salvar Jo é agora a principal missão do grupo.
Para uma cabal compreensão do enredo, é aconselhável ler primeiro “O Perito”, já que este segundo volume é uma sequela – e como tal é assumido. Começar por este livro não torna a leitura incompreensível, mas sem dúvida dificulta a percepção de algumas subtilezas narrativas.
Apesar de um certo sabor a “déjà vu” que já corroía o seu antecedente, “Ex Machina” é um “thriller” bem escrito e divertido, com laivos de policial – o que nos tempos que correm é já uma boa recomendação.
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Robert Finn
Ex Machina
Publicações Europa-América, 20,04€
Afirmá-lo é, no mínimo, um exagero. Dentro do género, o livro tem uma trama bem urdida, intensa, com algumas boas soluções, e é capaz de prender o leitor ao longo das suas três centenas e meia de páginas. Mas não mais do que isso.
David Braun e Susan Milton, o perito de seguros e a historiadora que enchem as páginas de “O Perito”, são agora jogados para um plano muito secundário, abrindo alas a Jo Hallett, investigadora da área informática que se junta à equipa do professor Shaw e revoluciona a luta contra a violenta seita com poderes sobre-humanos que disputa com o pequeno grupo de académicos a procura do famoso marcador, objecto de culto que já absorveu o enredo do primeiro livro e continua a ser o objectivo principal desta sequela.
Jo é uma jovem complexada, depressiva e carente, com um percurso de vida difícil e um comportamento algo desviante que não faz jus à sua inteligência e formação académica. Ao envolver-se sorrateiramente nas actividades paranormais da equipa do professor Shaw, tentando sozinha dominar as “superfícies” mágicas, acaba mentalmente aprisionada e vítima de uma profunda alteração de personalidade. Vencer os “adeptos” e salvar Jo é agora a principal missão do grupo.
Para uma cabal compreensão do enredo, é aconselhável ler primeiro “O Perito”, já que este segundo volume é uma sequela – e como tal é assumido. Começar por este livro não torna a leitura incompreensível, mas sem dúvida dificulta a percepção de algumas subtilezas narrativas.
Apesar de um certo sabor a “déjà vu” que já corroía o seu antecedente, “Ex Machina” é um “thriller” bem escrito e divertido, com laivos de policial – o que nos tempos que correm é já uma boa recomendação.
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Robert Finn
Ex Machina
Publicações Europa-América, 20,04€