Ema Flores: “Nunca tinha navegado muito o mundo da poesia”
1-“Quando me perguntaram a religião respondi a geometria” é o seu livro de estreia: como espera poder olhar para ele daqui a 20 anos?
R-Espero encontrar-lhe erros, mas não dos que queira corrigir. Olhar e sentir que já não me identifico, com o carinho de saber que faz parte sermos várias pessoas e que não invalida quem fui quando escrevi o livro. E como uma lembrança do que é começar, porque espero encontrar pelo caminho pessoas a começarem e é fácil esquecermo-nos da sensação, espero que as palavras neste livro me transportem para o meu começo.
2-Qual a ideia que está na origem deste livro?
R-Começou como uma experiência. Um amigo que sabia que eu gostava de escrever disse-me que eu teria jeito para poesia, ao que eu respondi que de todo era a pessoa indicada. Nunca tinha navegado muito o mundo da poesia, era estranho. Mas essa conversa deixou uma semente e escrevi um poema, e gostei da sensação. Estava a passar por um momento menos bom, e foi uma pequena terapia, meditação. Então decidi escrever um poema por dia, bom ou mau, até ao final desse período. No último dia, reli, e enviei para as editoras para pedir opiniões, e perceber se haveria algo nas minhas palavras. Portanto, foi simultaneamente uma experiência e uma terapia.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Neste momento estou a ganhar rotina. Vou escrevendo contos, poemas, ideias, mas nada ainda em concreto. Preciso primeiro de uma rotina de escrita, da mão quente, para depois concretizar ideias. Então o foco é escrever, e não o que. E dentro de uns tempos, reorganizar o foco e pegar nas ideias que me foram fluindo, e perceber quem quero ser no próximo livro.
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Ema Flores
Quando me perguntaram a religião respondi a geometria
Elefante Editores 10€
Ema Flores na “Novos Livros” | Entrevistas