Edson Athayde | O Rapaz das Fotografias Eternas

1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro «O Rapaz das Fotografias Eternas»?

R- É a minha primeira experiência numa narrativa longa. Porém, trago para este primeiro romance muito da técnica que fui ganhando ao longo do tempo na escrita de contos e crónicas. Para já há sentido de “urgência”, a minha vontade de ter uma história que está sempre a andar, as frases curtas, os personagens sempre em movimento. Por outro lado, mantenho-me fiel ao meu universo “fantasioso”, com personagens e tramas maiores do que a vida, sem nenhuma vontade em reflectir a vida real (ou aquilo a que chamamos “realidade”. De certa maneira, é um livro perfeitamentente consequente do que antes escrevi, mantendo inclusive o bom humor e a ironia com que tento salpicar sempre nos meus textos.
2- Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- O “plot” original foi-me dado pela primeira pessoa com que conversei ao chegar a Portugal (no dia 1 de Dezembro de 1990). Pelo menos, o personagem central, o “Rapaz das Fotografia Eternas” é uma adaptação exagerada e surrealista da actividade desenvolvida por essa pessoa. Mas, para ser mais rigoroso, a questão central tem a ver com um questionamento, por um lado, do que é a realidade e, por outro, sobre o que é eterno e o que é efémero. É pedido ao leitor que decida, dentro dos dois universos onde se passam as tramas, qual é a história que está realmente a ler. É possível várias combinações e várias leituras do livro. É um jogo que convida a ser jogado.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Comecei a escrever o romance policial. Quer dizer, pelo menos há alguns aspectos referentes ao genero. Mas, para variar, também trata-se de uma fantasia e de um livro do tipo “monte você mesmo”. Já tenho um terço da história escrita. Mas ainda não decidi quem é o assassino…
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Edson Athayde
O Rapaz das Fotografias Eternas
Guerra e Paz, 14,95€