Dulce Garcia nasceu em 1971. Jornalista de profissão desde 1991 foi fundadora da revista Sábado. Depois uma consolidada carreira na comunicação social, lançou o seu primeiro romance: “Quando Perdes Tudo Não Tens Pressa de ir a Lado Nenhum”. Em 2018, esteve em Budapeste no Festival do Primeiro Romance.
Em entrevista, disse-nos há tempos, que prepara já uma segunda obra. O seu primeiro romance foi “o primeiro passo nesta arriscada aventura com que sonhei a vida inteira”.
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1.O que é para si a felicidade absoluta?
R- Não sei…
2.Qual considera ser o seu maior feito?
R- Impaciência, definitivamente.
3.Qual a sua maior extravagância?
R- Comprar livros de forma compulsiva, apesar de as estantes estarem lotadas – uma delas creio que entrará brevemente em derrocada – e o tempo não esticar.
4.Que palavra ou frase mais utiliza?
R- «Se fosse fácil era para os outros» (frase roubada ao Rui Cardoso Martins; é o título de um dos seus livros) e que serve para expressar a ideia de que nada na minha vida é simples ou linear.
5.Qual o traço principal do seu carácter?
R- Resistência.
6.O seu pior defeito?
R- Precipitação?
7.Qual a sua maior mágoa?
R- Gostava de ter tido uma infância diferente.
8.Qual o seu maior sonho?
R- Viver da escrita – ou quase (porque adoro editar).
9.Qual o dia mais feliz da sua vida?
R- Muitos. Sem contar com os que ainda estão para vir.
10.Qual a sua máxima preferida?
R- «Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe».
11.Onde (e como) gostaria de viver?
R- Um ano (pelo menos) a viajar e a escrever. Em quartos de hotel.
12.Qual a sua cor preferida?
R- Acho que é o verde.
13.Qual a sua flor preferida?
R- Tulipas anãs e jarros.
14.O animal que mais simpatia lhe merece?
R- Golfinho. Comove-me.
15.Que compositores prefere?
R- Muitos, de vários géneros. Por exemplo: Schubert, Cole Porter, Tom Jobim, Chico Buarque, David Bowie, Neil Hannon (Divine Comedy), Carlos Paredes, Rodrigo Leão, e tantos, mas tantos outros.
16.Pintores de eleição?
R- Caravaggio, Edward Hopper, Almada Negreiro, Amadeo de Souza Cardoso, Francis Bacon, Francis Picabia, Paula Rego, Sarah Afonso, Helena Almeida, etc.
17.Quais são os seus escritores favoritos?
R- Ui. Eça, Mishima, Bulgakov, Nelson Rodrigues, Ruy Castro, Clarice Lispector, Ruben Fonseca, Philip Roth, Ian McEwan, Lydia Davis, Stig Dagerman, Sylvia Plath, Javier Marias, Orhan Pamuk, José Cardoso Pires, Isabela Figueiredo, Elizabeth Strout, etc, etc, etc (vou-me esquecer de tantos).
18.Quais os poetas da sua eleição?
R- Rilke, Adília Lopes e Golgona Anghel.
19.O que mais aprecia nos seus amigos?
R- A cumplicidade.
20.Quais são os seus heróis?
R- O mais parecido que conheci ultimamente nessa categoria estratosférica: Barack Obama, Papa Francisco e Marielle Franco.
21.Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
R- os que sofrem e os que transgridem (e na vida real também). Adoro a Bovary, a Anna Karenina.
22.Qual a sua personagem histórica favorita?
R- Carlota Joaquina – porque esteve sempre do lado errado da História.
23.E qual é a sua personagem favorita na vida real?
R- A que tento ser, nem sempre com grandes resultados (mas como dizia o Pedro Paixão: «viver todos os dias cansa»).
24.Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
R- Sentido de humor, curiosidade e inteligência. Ah, e capacidade de surpreender, adoro surpresas.
25.E numa mulher?
R- Igual.
26.Que dom da natureza gostaria de possuir?
R- O dom da multiplicação dos pães (espera… isso é o milagre).
27.Qual é para si a maior virtude?
R- Justiça. Ou talvez a compaixão.
28.Como gostaria de morrer?
R- Em paz.
29.Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
R- Uma duna do deserto. Uma mulher sem medo.
30.Qual é o seu lema de vida?
R- Claramente: vive e deixa viver.